“Esta decisão do Ministro das Finanças, que prejudica o funcionamento do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, demonstra que o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, não tem força política para dotar as unidades de saúde de profissionais indispensáveis ao seu regular funcionamento”, afirma em comunicado, na sequência de uma reunião com o presidente daquela unidade de saúde, Rui Guimarães, para avaliar a falta de recursos humanos.
De acordo com Firmino Pereira, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE) precisa de recrutar 636 profissionais, excluindo médicos, contudo, após a aprovação dos organismos de saúde, as finanças terão apenas autorizado a contratação de 40.
“Esta decisão coloca constrangimentos na prestação de cuidados de qualidade e em tempo oportuno, regredindo a satisfação dos utentes. A não contratação dos profissionais (85% são enfermeiros e assistentes operacionais) irá criar uma maior carga de serviço nos profissionais que exercem funções”, defende.
O social-democrata avança ainda que aquela unidade de saúde solicitou ainda a conversão de 135 contratos celebrados para reforço das equipas no combate à pandemia de Covid-19, tendo sido autorizado pelo Ministro das Finanças apenas a contratação 48 profissionais.
Questionado pela Lusa, o hospital confirma os números apontados pelo deputado do PSD, acrescentando que “ao nível de recursos humanos, nos últimos nove anos, o CHVNGE teve um aumento na ordem dos 40%”.
Refere ainda que “a totalidade do pedido de investimento, de quase 35 milhões de euros, foi aprovado”.
No comunicado hoje divulgado, o deputado afirma ainda que há uma “total falta de autonomia de gestão na contratação e incentivo aos profissionais”, a que acresce o risco de saída de profissionais diferenciados para o setor privado.
“O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho pode servir cerca de 700 mil habitantes, dado o seu contexto estratégico, tem de ser olhado de forma mais eficaz pelo Ministério da Saúde, dotando-o de profissionais e equipamentos no sentido de viabilizar o permanente funcionamento e acautelando as situações de falência técnica e em fim de vida útil dos mesmos”, sublinha.
Firmino Pereira reitera ainda necessidade de prosseguir os investimentos no Novo Edifício Hospitalar (NEH) e de avançar com a construção de um novo edifício, que substitua “instalações parcialmente desadequadas, dispersas e dotadas de falta de eficiência”.
“O Ministro da Saúde tem de deixar de ter uma mensagem de “empurrar os problemas com a barriga” e ter uma ação mais assertiva na resolução dos problemas das unidades do Serviço Nacional de Saúde”, defendeu.
Estas preocupações, refere o comunicado, foram comunicadas hoje pelo deputado social-democrata à Comissão da Saúde do PSD na Assembleia da República, para serem questionadas em sede própria ao ministro Manuel Pizarro.
O CHVNGE serve uma população direta de mais de 350 mil utentes e perto de um milhão de utentes em referenciação indireta.
LUSA/HN
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