OMS, UNICEF e Nações Unidas defendem atenção à saúde materna e infantil na agenda climática

22 de Novembro 2023

A Organização Mundial de Saúde (OMS), a UNICEF e as Nações Unidas defenderam hoje que a saúde das grávidas e crianças deve fazer parte da agenda climática, alertando que são grupos particularmente vulneráveis às alterações climáticas.

O apelo conjunto foi feito hoje pela OMS, a UNICEF e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), responsável pela saúde sexual e reprodutiva, a menos de duas semanas do início da 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que decorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro no Dubai.

No texto, sublinham que as grávidas, recém-nascidos e crianças são particularmente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas e lamenta que os efeitos de eventos climáticos na saúde destes grupos tenham vindo a ser “negligenciados, desprotegidos e subestimados”.

A título de exemplo, o apelo refere que o aquecimento global contribui para o aumento da propagação de doenças como a cólera, malária e dengue, com “consequências terríveis” para grávidas e crianças.

“As alterações climáticas representam uma ameaça existencial para todos nós, mas as grávidas, bebés e crianças enfrentam algumas das consequências mais graves”, alertou o diretor-geral adjunto para a Cobertura Universal de Saúde da OMS, Bruce Aylward.

De acordo com as organizações, são muito poucos os planos de resposta nacionais às alterações climáticas que referem a saúde materna e infantil, considerado uma “omissão flagrante e emblemática da atenção inadequada às necessidades das mulheres, dos recém-nascidos e das crianças no discurso sobre as alterações climáticas”.

A propósito das crianças, o diretor executivo de Programas da UNICEF, Omar Abdi, afirmou que a ação climática ignora, com frequência, que os seus corpos e mentes são particularmente vulneráveis à poluição, doenças fatais ou temperaturas extremas e defendeu que é tempo de colocar os mais novos na agenda das alterações climáticas.

“Para chegar a soluções climáticas que reconheçam as necessidades sanitárias e vulnerabilidades distintas de mulheres e raparigas, temos de começar por colocar as questões certas”, disse, por outro lado, a diretora executiva para programas da UNFPA, Diene Keita, sublinhando que as soluções climáticas devem apoiar e não sacrificar a igualdade de género.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Promessas por cumprir: continua a falta serviços de reumatologia no SNS

“É urgente que sejam cumpridas as promessas já feitas de criar Serviços de Reumatologia em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde” e “concretizar a implementação da Rede de Reumatologia no seu todo”. O alerta foi dado pela presidente da Associação Nacional de Artrite Reumatoide (A.N.D.A.R.) Arsisete Saraiva, na sessão de abertura das XXV Jornadas Científicas da ANDAR que decorreram recentemente em Lisboa.

Consignação do IRS a favor da LPCC tem impacto significativo na luta contra o cancro

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está a reforçar o apelo à consignação de 1% do IRS, através da campanha “A brincar, a brincar, pode ajudar a sério”, protagonizada pelo humorista e embaixador da instituição, Ricardo Araújo Pereira. Em 2024, o valor total consignado pelos contribuintes teve um impacto significativo no apoio prestado a doentes oncológicos e na luta contra o cancro em diversas áreas, representando cerca de 20% do orçamento da LPCC.

IQVIA e EMA unem forças para combater escassez de medicamentos na Europa

A IQVIA, um dos principais fornecedores globais de serviços de investigação clínica e inteligência em saúde, anunciou a assinatura de um contrato com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para fornecer acesso às suas bases de dados proprietárias de consumo de medicamentos. 

SMZS assina acordo com SCML que prevê aumentos de 7,5%

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) assinou um acordo de empresa com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) que aplica um aumento salarial de 7,5% para os médicos e aprofunda a equiparação com a carreira médica no SNS.

“O que está a destruir as equipas não aparece nos relatórios (mas devia)”

André Marques
Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights