OMS defende que Serviço de urgências do hospital al-Shifa precisa “de ser ressuscitado”

17 de Dezembro 2023

O serviço de urgências do hospital al-Shifa, no norte de Gaza, devastado pelos bombardeamentos israelitas, é "um banho de sangue" e aquele que era o maior hospital do território palestiniano, defendeu hoje a OMS.

Uma equipa da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de outras agências da ONU conseguiu entregar no sábado material médico ao hospital, onde “dezenas de milhares de pessoas deslocadas” se refugiaram no recinto hospitalar para se abrigarem, refere um comunicado da OMS publicado hoje, acrescentando que a água potável e os alimentos “são escassos”.

A equipa (que visitou o hospital) descreveu o serviço de urgências como um “banho de sangue”, com centenas de pacientes feridos no interior e novos pacientes a chegarem a cada minuto, disse a organização, acrescentando que “os pacientes com traumas foram suturados no chão e as instalações de gestão da dor são muito limitadas ou inexistentes”.

O hospital está agora a funcionar à escala mínima, com uma equipa muito pequena, e “os doentes críticos estão a ser transferidos para o hospital Ahli Arab para serem operados”.

As salas de operações deixaram de funcionar por falta de oxigénio e, segundo a equipa da OMS, o hospital “precisa de ser reanimado”. Apenas 30 pacientes podem receber diálise.

Toda a infraestrutura sanitária da Faixa de Gaza foi gravemente afetada pelos bombardeamentos e pela destruição das suas infraestruturas.

Desde então, o Exército israelita tem bombardeado sem tréguas o território palestiniano, densamente povoado, causando, segundo o Governo palestiniano do Hamas, 18.800 mortos desde o início da guerra, 75% dos quais crianças.

Israel acusa o Hamas de utilizar certos hospitais – que têm um estatuto de proteção especial ao abrigo das leis da guerra – para esconder armas ou instalar postos de comando subterrâneos.

A OMS disse estar pronta a reforçar o al-Shifa “nas próximas semanas” para que possa voltar a desempenhar as suas funções básicas.

“Até 20 salas de operações do hospital, bem como os serviços de cuidados pós-operatórios, podem ser ativados se forem regularmente abastecidos de combustível, oxigénio, medicamentos, alimentos e água”, sublinha a OMS, que lembra que também é necessário pessoal.

Atualmente, o Ahli Arab é o único hospital “parcialmente operacional” em todo o norte da Faixa de Gaza, com três estruturas hospitalares a funcionar minimamente: al-Shifa, al-Awda e al-Sahaba. Antes da guerra, existiam 24.

A OMS manifestou igualmente a sua preocupação relativamente ao hospital de Kamal Adwan. O ministério da Saúde do Hamas tinha afirmado, em 13 de dezembro, que o Exército israelita estava a disparar contra os quartos dos doentes do hospital sitiado.

NR/HN/Lusa

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