A transição do serviço ocorre na sequência da integração em janeiro do Instituto Oftalmológico Dr. Gama Pinto na Unidade Local de Saúde São José (ULS), da qual também faz parte o Hospital dos Capuchos, estando o processo a ser feito de forma gradual em articulação com todos os profissionais de saúde.
Em entrevista à agência Lusa no Instituto Gama Pinto, a diretora do Serviço de Oftalmologia da ULS São José, Rita Flores, explicou as mudanças que vão ocorrer no serviço que dirige, que passa a ser composto pelo polo do Hospital São José, dirigido à urgência e ao internamento, e pelo polo do Instituto Gama Pinto, alocado a toda a atividade de ambulatório.
As crianças e jovem em idade pediátrica que eram assistidos no Instituto Gama Pinto em consultas e em cirurgias vão ser encaminhadas progressivamente, a partir de janeiro, para o hospital pediátrico Dona Estefânia.
No Hospital de São José fica a urgência de oftalmologia, que está integrada na urgência metropolitana de Lisboa, funcionando “24 horas nos setes dias da semana em articulação com o Hospital de Santa Maria”, o internamento e a cirurgia para doentes mais complexos e que necessitem de apoio de cuidados intensivos.
“O Instituto Gama Pinto tem todo este charme, esta grandiosidade e esta qualidade de instalações, mas carece de um problema – que é como ser alto baixo, gordo ou magro – que é o local em que está, de algum isolamento, de alguma acessibilidade difícil, sobretudo para um acesso rápido e é impossível ter aqui uma equipa de intensivista”, explicou Rita Flores.
No Hospital São José, também se vai manter a “Clínica das injeções”, que permite que os utentes realizem, no mesmo dia, exames e injeções intravítreas para o tratamento das doenças oculares.
Perante receios manifestados por utentes e até profissionais de saúde de que o Gama Pinto, uma instituição com 136 anos, poderia encerrar, Rita Flores assegurou que o instituto vai manter “todos os serviços”.
“Os doentes apegam-se aos seus médicos e também se apegam às casas que frequentam e é perfeitamente lícito, mas nós não vamos fechar, nem vamos destruir nada do Gama Pinto”, vincou.
Rita Flores explicou que a migração dos profissionais, dos doentes e dos equipamentos vai ocorrer do Hospital dos Capuchos para o Gama Pinto, que vai “munir-se de todas as especialidades”.
Devido às limitações de espaço, disse, “era impossível albergar nos Capuchos os médicos, os técnicos e todos os doentes do Gama Pinto, mas o sentido oposto é possível”.
Nós só queremos é melhorar e colocar o Gama Pinto num ponto mais elevado na hierarquia dos serviços de saúde, que ganha pela dimensão e ganha porque incorpora profissionais que penso que só vai valorizar”, realçou.
Por outro lado, o Lisboa Central também tem “agora a particular sorte” de poder complementar-se em áreas em que não estava tão robustecidos com “um encaixe de profissionais e de escola”.
“Tivemos essa vantagem e eu vejo que isso é um enorme desafio. É poder juntar profissionais que tinham experiências diferentes” e tornar um serviço ainda “muito mais rico” é isso que se pretende.
A consulta da tarde de Oftalmologia dos Capuchos já passou para o Gama Pinto, onde estão a decorrer pequenas obras para criar condições para albergar os profissionais e os doentes, como novos gabinetes, a realocação de salas de espera.
Segundo a especialista, a “fusão plena” dos serviços só vai acontecer no segundo semestre do ano, sendo a previsão para julho, porque é preciso uniformizar os sistemas informáticos, que são diferentes, e reparar as condições do bloco operatório que está fechado devido a problemas nas caldeiras e no sistema de refrigeração, uma situação que está prestes a ser solucionada.
LUSA/HN
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