Administradores Hospitalares querem saber visão da tutela para a Direção Executiva

22 de Maio 2024

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) afirmou hoje que importa saber a visão que o Governo e o novo diretor executivo do SNS têm para desenvolvimento e capacitação do Serviço Nacional de Saúde.

Xavier Barreto escusou-se a fazer comentários à agência Lusa sobre a nomeação do novo diretor executivo do SNS, António Gandra d’Almeida, que vai substituir Fernando Araújo no cargo, justificando não ter por hábito fazer juízos sobre pessoas que não conhece.

“Vou esperar, naturalmente, para conhecer a pessoa e a sua visão, o seu plano, a sua estratégia e depois poderei fazer esse juízo”, afirmou o administrador hospitalar.

Para o presidente da APAH, é preciso saber “qual é o perfil de competências” do novo diretor executivo, mas também o que o Governo pretende para a Direção Executiva do SNS (DE-SNS).

“O Governo ainda não anunciou quais as mudanças que quer fazer na Direção Executiva. Sabemos que no caso da anterior Direção Executiva, havia, de facto, competências muito abrangentes, algumas que nem estavam previstas no início, como a nomeação de dirigentes. Não sabemos exatamente o que é que se pretende fazer agora”, declarou.

Xavier Barreto defendeu ser preciso perceber se a tutela pretende que a Direção Executiva tenha “um papel de maior governação no Serviço Nacional de Saúde ou será apenas um executor de políticas”.

“Importa agora esperar pela definição do quadro em que vai trabalhar o novo diretor executivo, mas importa também saber qual é a visão da pessoa e da próxima direção executiva (…) para o SNS, para o seu desenvolvimento, para a sua capacitação, para o seu reforço do quadro de recursos humanos e que estratégias é que propõe e que ideias novas é que pode trazer”, salientou.

Questionado sobre se as medidas tomadas por Fernando Araújo devem ter continuidade, Xavier Viegas disse que “claramente que sim, sem prejuízo de poder existir algum acerto, em alguns detalhes”, porque é preciso avaliar constantemente para perceber o que não está a correr tão bem e ir corrigindo.

“Isso é normal em qualquer processo de mudança. Portanto, também é normal que aconteça neste caso, mas os principais objetivos, os principais eixos da reforma devem ser mantidos”, defendeu, considerando ser fundamental ter alguma continuidade nas políticas públicas e nas do setor da saúde “mais ainda”.

O Ministério da Saúde anunciou hoje que escolheu o médico António Gandra d’Almeida, 44 anos, para substituir Fernando Araújo como diretor executivo do SNS e adiantou que o tenente-coronel tem uma vasta experiência em emergência médica.

Em comunicado, o ministério indica que o novo responsável foi diretor da delegação regional norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), é comandante do Agrupamento Sanitário, desempenha atividade assistencial hospitalar e pré-hospitalar e que nas Forças Armadas acumulou funções de chefia e de coordenação.

NR/HN/Lusa

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