Na lista liderada por Portugal, o Uzbequistão (30%) ocupa a última posição. Entre os mais desconfiados estão os Países Baixos (39%), a Suécia (41%), o Reino Unido e a Finlândia (42%). A Dinamarca (44%) e a Alemanha (45%) também estão abaixo da média.
Por outro lado, 17% dos 2000 participantes portugueses no estudo declarou saber o que é a IA e pensar que “é uma tecnologia negativa para a sociedade”, uma percentagem abaixo da média global de 24%.
Entre os portugueses que admitem não a entender, 12% manifestam abertura para “explorar novas tecnologias para melhorar a sociedade” e 10% defendem que “deveria ser minuciosamente analisada”. A média dos 23 países é de 15 e 14%, respetivamente.
A confiança da maioria dos portugueses na IA não elimina as suas preocupações em relação à utilização da tecnologia nos cuidados de saúde, com 72% dos inquiridos a apontarem as possíveis más práticas de utilização.
A perda de emprego devido à substituição das pessoas pela tecnologia é receada por 66% e a de interação interpessoal por 65%, enquanto 64% disseram temer pela segurança dos dados. As médias globais foram, respetivamente, de 64, 56, 59 e 57%.
De acordo com o relatório, o motor de busca Google é a principal fonte de informação sobre saúde para os portugueses, referida por 69% dos inquiridos (62% a nível global).
No prazo de 10 anos, 57% dos portugueses acredita que serão desenvolvidas mais vacinas contra doenças comuns, sendo a média global de 46%.
Mais de metade (52% / 41%) pensa que o futuro da medicina passa igualmente pela utilização de robôs em “procedimentos médicos, tais como cirurgias” e 48% (38% a nível global) que a IA será utilizada para diagnosticar todas ou quase todas as doenças.
Previstas são também as consultas virtuais com médicos de todo o mundo (38/29), a “produção de órgãos para transplante a partir das nossas próprias células” (38/26) e que “todas ou quase todas as doenças cancerígenas não serão fatais” (33/30).
Outra questão abordada no Relatório de Saúde STADA 2024, além da IA, é o Sistema Nacional de Saúde, que satisfaz apenas 49% dos inquiridos em Portugal. O grau de satisfação com o SNS caiu pelo terceiro ano consecutivo, depois de em 2022 ter atingido os 64% e em 2023 os 53%.
Este estudo, que visa conhecer a opinião da população e promover o debate sobre o tema, é realizado anualmente desde 2015 e internacionalmente desde 2019.
No total, foram entrevistadas “online” 46.000 pessoas entre os 18 e os 99 anos, de 23 países, de fevereiro a março de 2024.
Das 2000 pessoas que integraram a amostra em Portugal, 53% era do género feminino e 42% tinha mais de 55 anos, enquanto 35% tinha entre 35 e 54 anos e 23% entre 18 e 34.
LUSA/HN
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