Para a OMS, neste momento, as restrições às viagens e ao comércio são “ineficazes e desnecessárias” para controlar o atual surto e são “potencialmente prejudiciais” para as sociedades e economias afetadas.
Observa ainda que as restrições podem “desencorajar a rápida partilha de dados e informações de saúde pública com e entre a comunidade mundial de saúde, o que é fundamental para uma resposta informada ao surto”.
“Os conselhos de saúde pública e os esforços concertados e colaborativos de saúde pública de todos os parceiros devem ser prioritários para conter os surtos e proteger as pessoas em todo o mundo”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.
Em 27 de setembro, o Ministério da Saúde do Ruanda confirmou o primeiro surto da doença do vírus de Marburgo no país, que afetou particularmente os trabalhadores da saúde em Kigali. Embora tenham ocorrido surtos esporádicos em várias partes de África desde os primeiros casos reconhecidos na Alemanha em 1967, este surto é, até agora, o terceiro maior alguma vez registado.
O Governo do Ruanda adotou medidas de saúde pública para responder ao surto em curso, incluindo a deteção, investigação, isolamento e teste de todos os casos suspeitos. O Governo procedeu também a um rastreio exaustivo dos contactos para limitar o surto às cadeias de transmissão existentes.
Todos os casos confirmados são isolados e tratados num centro de tratamento designado em Marburgo. Além disso, desde a declaração do surto, todos os novos casos confirmados foram registados nos agrupamentos hospitalares de Kigali. Atualmente, não existem provas de transmissão comunitária.
A OMS indicou que está a prestar assistência ao Ruanda através do destacamento de peritos e do fornecimento de material essencial para o diagnóstico, a prevenção e o controlo de infeções e os cuidados aos doentes.
Na quinta-feira, a agência de saúde da União Africana (UA), o Africa CDC, declarou que o surto do vírus de Marburg no Ruanda está “sob controlo” e o risco de se propagar além fronteiras é “quase nulo”.
“A epidemia no Ruanda está sob controlo”, afirmou o diretor-geral do Africa CDC, Jean Kaseya, durante uma conferência de imprensa ‘online’.
NR/HN/Lusa
0 Comments