De acordo com o presidente do STEPH, Rui Lázaro, que na tarde de quinta-feira desconvocou a greve às horas extraordinárias que decorria desde o dia 30 de outubro, entre as 16:00 e as 00:00 de quinta-feira o número médio de chamadas em espera foi de oito.
Por comparação, na segunda-feira, o pior dia dos atrasos no atendimento das chamadas para o 112, pelas 18:00, estavam cerca de 60 chamadas em espera a nível nacional, com uma diminuição do tempo médio de espera em relação ao turno da manhã.
Além da demora no atendimento das chamadas, na segunda-feira a greve obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde.
As consequências da demora no atendimento das chamadas de emergência começaram a sentir-se no fim de semana, quando o STEPH denunciou a morte de duas pessoas alegadamente por atrasos na resposta.
Na altura, o Governo anunciou uma auditoria interna ao INEM para avaliar as condições em que ocorreram estas duas mortes, que deverá estar concluída dentro de um mês.
Depois destes, outros casos foram denunciados e, até hoje, segundo a imprensa, terão sido sete desde o início da greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
Face a estas consequências, o INEM anunciou um conjunto de medidas para responder aos atrasos no atendimento das chamadas, incluindo a criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos ou a colocação de enfermeiros nos Centros Operacionais de Doentes Urgentes (CODU) para realização de algumas funções até agora garantidas pelos técnicos de emergência pré-hospitalar.
Segundo disse Rui Lázaro à Lusa, em média, os técnicos de emergência pré-hospitalar fazem mais 40% do seu salário semanal (35 horas) em horas extraordinárias.
Na quinta-feira, depois de garantido um protocolo negocial com o Ministério da Saúde, o STEPH desconvocou a greve, que exigia, entre outras matérias, a revisão da carreira e melhores condições salariais.
O sindicato tem vindo a denunciar a falta de atratividade da careira destes técnicos, que iniciam a carreira com um salário que ronda os 920 euros. Os últimos dados divulgados indicam que faltam 800 técnicos de emergência pré-hospitalar no INEM.
Na altura em que convocou a greve, o STEPH disse que tinha tentado chegar a acordo com a tutela e avisado para a iminência da greve, não tendo tido resposta.
Tanto o Ministério Público como a Inspeção Geral das Atividades de Saúde (IGAS) estão a investigar as mortes que ocorreram alegadamente por atrasos na resposta de emergência.
LUSA/HN
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