Irlanda do Norte decreta confinamento regional de várias semanas e encerra escolas e restaurantes

14 de Outubro 2020

O governo autónomo da Irlanda do Norte decidiu decretar um confinamento de várias semanas, encerrando escolas e o setor da restauração para tentar diminuir a taxa de transmissão de Covid-19, anunciou esta quarta-feira. 

A partir de sexta-feira, e durante quatro semanas, bares e restaurantes só poderão vender para fora e encerrar às 23:00, enquanto que as escolas vão fechar na próxima semana durante 14 dias, até 02 de novembro, período que inclui uma semana de férias intercalares.

A chefe do governo, Arlene Foster, disse que, apesar das medidas aplicadas em certas áreas com mais casos, a taxa de infeção continua a acelerar, bem como o número de hospitalizações, pelo que “mais medidas são necessárias urgentemente”.

O Executivo de Belfast recomendou também que as pessoas trabalhem a partir de casa se puderem e as aulas das universidades continuem através da Internet, enquanto que o restante comércio terá de respeitar regras por definir para continuar a funcionar.

Apesar de fazer parte do Reino Unido, a Irlanda do Norte, tal como a Escócia e País de Gales, tem autonomia sobre matérias relacionadas com a saúde, pelo que a maioria das regras relacionadas com a pandemia covid-19 são diferentes das de Inglaterra, cuja regulamentação é definida pelo governo britânico de Boris Johnson.

O primeiro-ministro britânico resistiu a declarar um novo confinamento aconselhado por um grupo de cientistas, tendo na segunda-feira revelado um novo sistema de três níveis de restrições a aplicar localmente de acordo com o grau de risco.

Na terça-feira, o Partido Trabalhista manifestou-se favorável à sugestão do Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências [SAGE] para ser decretado um confinamento nacional curto, de entre duas a três semanas, no final de outubro.

Num estudo publicado hoje pelo jornal The Times, os cientistas acreditam que encerrar escolas e pedir às pessoas para ficarem em casa durante duas semanas pode evitar cerca de oito mil mortes.

O Reino Unido é o país europeu e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México, com o maior número de mortes de covid-19, tendo contabilizado 43.018 confirmadas por teste e 57.690 quando incluídos os casos suspeitos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus.

Na terça-feira registou 143 mortes, o valor diário mais alto desde o início de junho, e 17.234 novas infeções, confirmando a tendência de aumento exponencial sugerida por estudos científicos.

Hoje, as autoridades de saúde britânicas devem reunir-se para discutir a possibilidade de aplicar o nível máximo de risco e restrições adicionais a mais áreas do norte da Inglaterra, incluindo Manchester e Lancashire, o que poderá resultar o encerramento obrigatório de bares.

Até agora, apenas a área de Liverpool, a cerca de 55 quilómetros de Manchester, foi colocada na categoria de maior risco quando o novo sistema de três níveis revelado na segunda-feira e desde hoje em vigor.

LUSA/HN

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