“O governo de São Paulo chegou a um acordo com o Ministério da Saúde para a aquisição, via Sistema Único de Saúde (SUS), de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida em parceria internacional entre a biofarmacêutica Sinovac Life Science e o Instituto Butantan, até o final de dezembro de 2020”, indicaram as autoridades ‘paulistas’ em comunicado.
A informação foi confirmada durante uma reunião virtual entre a tutela da Saúde e governadores estaduais, na qual o executivo federal declarou que irá adquirir o imunizante após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O potencial imunizante contra o coronavírus está em fase final de estudos clínicos no Brasil e mostrou-se totalmente seguro nos testes realizados desde o final de julho. (…) A expectativa é que a vacinação nacional possa iniciar em janeiro do próximo ano. Os detalhes sobre a inclusão da Coronavac no Plano Nacional de Imunizações serão divulgados após a formalização do acordo”, concluiu o executivo de São Paulo.
O anúncio da compra da Coronavac por parte do executivo brasileiro surge uma semana após o Ministério da Saúde ter anunciado a calendarização da aplicação de uma possível vacina contra a covid-19, na qual apenas considerou o imunizante desenvolvido pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, tendo deixado de fora da apresentação outros imunizantes em testes no país.
O Instituto Butantan, órgão ligado ao governo estadual de São Paulo, indicou na segunda-feira que os testes da vacina coronavac no Brasil mostram que o imunizante é o mais seguro entre todos os que estão na fase final de testagem, por apresentar o menor índice de efeitos colaterais.
“A vacina do Butantan é a mais segura. Todas tiveram efeitos colaterais grau três, que são os mais importantes. A vacina do Butantan não teve. Febre é outro indicativo importante, e na nossa foi de apenas 0,1%. Em febre acima de 38 graus, foi zero. É a vacina mais segura neste momento, não só no Brasil, mas no mundo”, disse o diretor do instituto, Dimas Covas.
Em causa estão os nove mil voluntários brasileiros já vacinados no país com a Coronavac, que apresentaram apenas efeitos colaterais leves, como dor no local da aplicação do imunizante e dor de cabeça, segundo os investigadores.
A incidência de eventos adversos entre os voluntários do Butantan foi de 35% face aos cerca de 70% nas outras vacinas testadas, segundo o instituto.
O estado de São Paulo já comprou 60 milhões de doses da Coroavac e se o imunizante tiver eficácia e segurança comprovadas, o Instituto Butantan deverá fabricá-lo no país.
Até ao momento, o executivo brasileiro previa ter disponíveis cerca de 142 milhões de doses de vacinas, no primeiro semestre de 2021: 100 milhões de doses via AstraZeneca/Oxford e 42 milhões via COVAX Facility, iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,2 milhões de casos e 154.176 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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