Votar nas presidenciais norte-americanas para dar voz a pessoas sem direitos

3 de Novembro 2020

O artista Sam Solomon saiu esta terça-feira para votar em Nova Iorque nas presidenciais norte-americanas para dar “mais voz” àqueles que experienciam menos direitos do que outros americanos e têm razões para se manifestar.

O artista gráfico tem estado o ano inteiro numa “luta” pela sobrevivência, “saltando entre diferentes trabalhos”, por causa da pandemia.

“Tem sido uma luta para muita gente”, disse hoje à Lusa, Sam Solomon, de 30 anos, acrescentando que a sociedade está “bastante dividida”.

“Existem muitas pessoas que estão cansadas de verem direitos serem negados ou de experienciarem menos direitos do que outros. (…) Acho que estão chateados e com razão”, disse Sam Solomon, acrescentando que é importante ouvir e “dar voz a essas pessoas”.

Apesar de Sam estar aparentemente calmo e paciente a aguardar os resultados das eleições, que não deverão ser definitivos esta noite, a calma de Sam não é partilhada por toda a gente.

Cidades como Nova Iorque e Washington instalaram barricadas de madeira à frente de centros comerciais, querendo proteger-se de eventuais protestos e manifestações esperadas quando os resultados provisórios começarem a ser divulgados.

O Presidente, Donald Trump, já preparou equipas de advogados para avançarem com processos judiciais contra conselhos eleitorais em alguns locais dos Estados Unidos, para contestar a contagem de votos.

Sam Solomon era professor de artes numa escola, lecionava um programa extracurricular e dava algumas aulas pontuais num museu de artes, mas a pandemia de Covid-19, que teve um forte impacto nos Estados Unidos da América e na cidade de Nova Iorque, obrigou à suspensão de atividades: “depois de tudo fechar, esses programas pararam e tenho saltado por diferentes trabalhos”, disse.

O artista questionou a liderança mostrada pelo Presidente, Donald Trump, desde o início da pandemia nos EUA, há mais de sete meses: “Não sei se tivemos liderança no país, de todo”.

A nível do governo local em Nova Iorque, Sam Solomon sentiu-se satisfeito por ver várias medidas de apoio serem adotadas.

“Fiquei feliz por ver que, pelo menos, o pequeno governo foi capaz de se empenhar e criar um sistema e medidas para lidar com isto, mesmo quando o nosso governo ‘maior’ não quis”, considerou.

Uma das prioridades para o futuro, na visão do artista, depois das eleições que terminam hoje, é ver uma mudança na liderança do país.

“Estou esperançoso de uma mudança na liderança, mas não sei o que esperar. Há quatro anos não esperava isto. Tenho as minhas esperanças, mas acho que não tenho capacidade mental para supor nada até ver o que acontece”, declarou.

As eleições presidenciais culminam hoje, último dia para votar presencialmente ou por correio, entre os principais candidatos, Donald Trump, do partido Republicano e Joe Biden, do partido Democrata.

Mesmo depois do fecho das urnas, alguns estados aceitam a chegada de votos por correio vários dias após esta terça-feira, o que tem provocado as críticas do Presidente norte-americano e do partido Republicano.

Cerca de 100 milhões de votos já foram depositados antes do dia de hoje, num recorde de votos antecipados.

LUSA/HN

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