Alargamento do rastreio ao cancro da mama deve abranger 1,5 milhões de mulheres

5 de Abril 2025

Cerca de 1,5 milhões de mulheres deverão ser rastreadas ao cancro da mama nos próximos dois anos, no âmbito do alargamento do rastreio que implica um reforço de investimento de 10 milhões de euros.

 

A estimativa foi avançada à agência Lusa pelo presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), que conta iniciar o rastreio alargado a mulheres a partir dos 45 anos nos próximos dias, depois de uma reunião agendada para a próxima semana com a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde.

No início de dezembro de 2024, a Direção-Geral da Saúde publicou a atualização da norma sobre o rastreio de base populacional do cancro da mama, que foi alargado mulheres entre os 45 e os 74 anos, quando até agora se destinava a mulheres entre os 50 e os 69 anos, cumprindo as recomendações da União Europeia.

“É um alargamento que será feito de modo gradual e que demorará cerca de dois anos. Dentro de dois anos, nós esperamos atingir um nível de adesão de 70%, que é uma adesão considerada excelente ao nível europeu”, adiantou Vítor Veloso.

A LPCC estima que este rastreio alargado abranja pelo menos 1,5 milhões de mulheres, um “esforço grande”, mas que pode permitir diagnosticar cancros em fases iniciais, com maior probabilidade de cura e de qualidade de vida.

“Tudo isto praticamente duplica o que fazemos até aqui. Serão dois anos de esforço, mas que esperamos alcançar com êxito”, salientou Vítor Veloso, ao adiantar ainda que o alargamento dos rastreios vai implicar um investimento de 10 milhões de euros.

Esse montante destina-se a equipamentos de última geração – aparelhos de mamografia e unidades móveis de mamografia –, assim como à contratação de técnicos de diagnóstico qualificados.

O rastreio é realizado através de mamografias gratuitas e as mulheres são convocadas diretamente por carta-convite dirigida para a morada que se encontra registada no centro de saúde onde se encontra inscrita.

Poderão também receber uma mensagem SMS de lembrete sobre o local, data e hora onde realizar o exame.

Em Portugal, segundo a LPCC, são anualmente diagnosticados cerca de 9.000 novos casos de cancro da mama e mais de 2.000 mulheres morrem com esta doença.

“No entanto, através do rastreio, é possível detetar lesões em estadios iniciais, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas, aumentando a probabilidade de o tratamento ser mais eficaz e, em consequência, um melhor prognóstico da doença”, realçou a liga.

NR/HN/Lusa

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