Apesar dos detalhes das negociações não terem sido divulgados, o acordo entre as empresas indiana e brasileira estabeleceu que a oferta do imunizante terá prioridade para o setor público, através de uma contratação direta com o Governo federal.
A farmacêutica indiana disse ainda que o fornecimento da vacina ao mercado privado brasileiro deverá ocorrer após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil).
Até ao momento, a quantidade de doses da Covaxin disponíveis para o Brasil ainda não foi divulgada.
Na última semana, uma equipa da Precisa Medicamentos visitou as instalações da Bharat Biotech para discutir as possibilidades de exportação da Covaxin. As instalações ficam no Genome Valley, distrito industrial de alta tecnologia e inovação em Hyderabad, na Índia
Após a visita técnica às instalações, a diretora farmacêutica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, disse que “foram observados altíssimos níveis tecnológicos, científicos e de controlo sanitário” nas instalações.
“Também foram constatados excelentes resultados obtidos nos testes clínicos, que serão publicados em breve. A Bharat Biotech superou as nossas expectativas, demonstrando qualidade e segurança ao nível dos maiores fornecedores de vacinas do mundo”, acrescentou Emanuela Medrades, citada pelos jornais brasileiros.
O embaixador do Brasil na Índia, André Aranha Corrêa do Lago, também participou nessa reunião, através de videoconferência e, em nome do Governo brasileiro, manifestou interesse na aquisição do imunizante, informou a Bharat Biotech.
Na semana passada, também a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) enviou uma delegação à Índia para negociar a possível compra de cinco milhões desse imunizante, para serem comercializadas por clínicas privadas.
A Covaxin é desenvolvida pela Bharat Biotech, em colaboração com agências governamentais, e em novembro entrou na fase III de testes na Índia.
Os primeiros estudos clínicos mostraram que a vacina não tem quaisquer efeitos secundários graves e produz anticorpos para a Covid-19.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (204.690, e quase 8,2 milhões de infetados), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.945.437 mortos resultantes de mais de 90,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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