Alemanha espera aprovação de vacina da Astrazeneca “com restrições”

29 de Janeiro 2021

A Alemanha espera que a vacina produzida pela AstraZeneca seja esta sexta-feira aprovada pela União Europeia, mas “com restrições”, disse o ministro alemão da Saúde.

“Não prevemos uma aprovação sem restrições”, disse Jens Spahn em conferência de imprensa hoje realizada, insistindo em que “não há dados suficientes” para que a autorização seja dada por completo, especialmente no que diz respeito à sua eficácia em pessoas com mais de 65 anos.

O ministro disse referir-se as conversações em curso a nível europeu.

As restrições podem ser uma autorização global mas com menção das autoridades europeias expressando reservas à utilização em pessoas mais velhas ou uma autorização do produto com indicação de se destinar apenas a pessoas com menos de 65 anos de idade.

No entanto, o grupo farmacêutico defendeu, na quinta-feira, a eficácia da sua vacina em pessoas com mais de 65 anos, contrariando a recomendação de especialistas alemães para ser apenas usada na faixa etária dos 18 aos 64.

“As últimas análises (…) apoiam a hipótese de uma eficácia da vacina no grupo de maiores de 65 anos”, declarou um porta-voz do grupo farmacêutico anglo-sueco.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cujo país aprovou o uso da vacina, inclusive para os idosos, sublinhou que a autoridade britânica para os produtos de saúde considerou a vacina “muito boa e eficaz” e que oferece “um elevado grau de proteção”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já disse hoje que a União Europeia quer publicar até final do dia o contrato de pré-encomenda de vacinas anti-Covid firmado com o laboratório britânico AstraZeneca, sob pressão após anunciar grandes atrasos nas entregas, anunciou

“Queremos publicá-lo [o contrato] hoje, estamos a discutir com a empresa que partes devem ser divulgadas” por motivos de confidencialidade, disse Von der Leyen à rádio alemã Deutschlandfunk.

A entidade reguladora europeia também deverá dar hoje o seu parecer sobre a autorização da utilização da vacina AstraZeneca na União Europeia.

A UE enfrenta uma quebra no fornecimento de vacinas para a Covid-19, depois de ter assinado contratos para a compra antecipada de vacinas, num total de 2,3 mil milhões de doses.

A AstraZeneca/Oxford anunciou que pretende entregar doses consideravelmente menores, nas próximas semanas, do que acordado com a UE, alegando problemas de produção, o que Bruxelas considera ser uma possível violação do contrato.

Em 15 de janeiro, a Pfizer tinha também anunciado uma redução temporária na entrega de doses de vacina, mas com o objetivo de aumentar a capacidade de produção.

Face a esta situação, o presidente do Conselho Europeu defendeu, na quinta-feira, que a União Europeia deve explorar todas as vias legais à disposição para garantir que as empresas farmacêuticas produzem e fornecem as vacinas contra a Covid-19 previstas nos contratos firmados com Bruxelas.

A posição de Charles Michel foi expressa numa carta de resposta a quatro chefes de Estado e de Governo da EU na qual aponta que “as explicações fornecidas até ao momento por algumas empresas farmacêuticas” sobre atrasos na produção e distribuição de vacinas não são convincentes nem tranquilizadoras, advoga uma demonstração de força por parte da União.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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