Investigadores lançam programas ‘online’ para apoiar doentes renais crónicos em hemodiálise

8 de Fevereiro 2021

Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) vão desenvolver programas psicoeducativos online para apoiar os doentes renais crónicos em hemodiálise e os seus familiares devido à pandemia da Covid-19, foi esta segunda-feira anunciado.

Em comunicado, o centro da Universidade do Porto esclarece hoje que os programas surgem no âmbito do projeto “Together We Stand” e visa “dar respostas a várias necessidades dos doentes renais crónicos, agora agravadas pela pandemia da covid-19”.

Um estudo realizado pelos investigadores durante o ano passado concluiu existir “uma redução da eficácia da diálise e dos marcadores de controlo da doença durante a pandemia, assim como uma alteração nas rotinas diárias dos doentes, incluindo uma alimentação menos saudável e uma diminuição da atividade física”.

Paralelamente, o estudo demonstrou que as pessoas em hemodiálise apresentavam “maior sofrimento emocional e mais sintomas de ansiedade durante o primeiro confinamento em Portugal”.

Nesse sentido, os investigadores vão desenvolver programas psicoeducativos ‘online’ destinados a grupos de pessoas em hemodiálise e cuidadores familiares, que se deverão iniciar entre 07 e 13 de março, semana em que se celebra o Dia Mundial do Rim (11 de março).

Citada no comunicado, Daniela Figueiredo, coordenadora do projeto e investigadora do CINTESIS afirma que o objetivo destes programas “é facilitar o desenvolvimento de estratégias que permitam a estas pessoas viver além da doença, dos tratamentos e das suas implicações, apesar das dificuldades que diariamente enfrentam”.

“Mesmo no atual estado de pandemia de Covid-19 não desistimos da nossa missão junto das pessoas e famílias em situação de doença renal crónica”, salienta a investigadora.

Além de facilitar o desenvolvimento de estratégias, os programas pretendem aumentar a adesão aos tratamentos na insuficiência renal crónica terminal e contribuir “para uma melhor qualidade de vida das pessoas envolvidas”.

“Sabe-se que a falta de adesão aos tratamentos está associada a piores resultados clínicos e a um aumento da mortalidade precoce”, assegura o centro da Universidade do Porto.

O programa vai, por isso, subdividir-se em duas componentes: uma educativa, centrada no reforço dos conhecimentos e autogestão da doença, e outra de suporto dirigida à gestão das emoções e reforço das redes de apoio para combater o isolamento social.

As sessões integram o projeto “Together We Stand”, desenvolvido por especialistas de diversas áreas como a psicologia, medicina, fisioterapia e educação.

Além do CINTESIS, integram este projeto, financiado pelo programa FEDER e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), investigadores da Universidade de Aveiro, do REQUIMTE e da Universidade do Porto.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.310.234 mortos no mundo, resultantes de mais de 105,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 14.158 pessoas dos 765.414 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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