No debate parlamentar sobre a autorização do pedido de autorização do estado de emergência, o deputado e vice-presidente do PSD André Coelho Lima acusou ainda o Governo de falhar sucessivas promessas, como a de distribuição de computadores aos alunos, e alertou que “a mentira mata a democracia”.
“O PSD não embarca em imprudências. Não exige qualquer desconfinamento. Mas exige que o Governo governe. Faça o seu trabalho e saiba indicar um caminho aos portugueses. Porque é essa a sua função”, defendeu o deputado e vice-presidente social-democrata André Coelho Lima.
O dirigente do PSD invocou as declarações de quarta-feira do presidente do partido, Rui Rio, para defender que os sociais-democratas já apresentaram “a sua própria proposta” para o desconfinamento.
“Um plano seguro. Isto é, indexado aos indicadores sugeridos pelos técnicos. Um plano que cruze os números considerados seguros em termos de novas infeções, internamentos em cuidados intensivos e do R(t) [índice de transmissão], com os números de vacinação e de testagem”, afirmou.
A proposta do PSD, defendeu, “não indica por isso que o desconfinamento deva ocorrer dentro de um mês ou dentro de um ano, mas apenas quando os indicadores assim o justificarem”.
“Parece-nos óbvio e fácil de perceber”, disse, admitindo, tal como já tinha feito Rio, que esse desconfinamento possa acontecer a diferentes ritmos nas várias regiões pelo país.
“Não se chama a isso desigualdade mas equidade. Tratando igual o que é igual e diferente o que e diferente”, defendeu.
André Coelho Lima justificou o voto favorável do PSD em todos os pedidos de autorização do estado de emergência por ser “aquilo de que o país precisa”.
“Apresentando a postura séria que se exige a uma oposição responsável. Manifestando a postura cooperante que se exige a uma alternativa credível. Para mais num momento em que cabe a Portugal a presidência do Conselho da União Europeia”, sublinhou.
No entanto, o deputado do PSD fez questão de apontar várias promessas do Governo que o partido considera falhadas, como a do acesso universal a equipamentos informáticos a todos os alunos do ensino básico, a criação de uma tarifa social de Internet, que só deverá estar disponível em junho, ou a garantia da ministra da Saúde de que haveria um aumento da testagem.
“Isto não são considerações subjetivas. São apreciações objetivas. E isto nada tem nada que ver nem com o Natal, nem com as novas estirpes nem com quaisquer circunstâncias exógenas. Tem que ver com a atuação do Governo. Tem que ver com as promessas que o próprio Governo faz alheando-se de previamente verificar da sua exequibilidade, ferindo a sua credibilidade perante os portugueses. Por vezes, a mentira mata a democracia”, alertou.
O parlamento votará hoje a renovação do estado de emergência até 16 de março para permitir medidas de contenção da covid-19, que tem aprovação garantida com votos favoráveis de PS, PSD, CDS-PP e PAN.
LUSA/HN
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