Alfredo Quintana é o terceiro atleta a morrer de problemas cardíacos em Portugal em 2021

26 de Fevereiro 2021

O andebolista internacional português Alfredo Quintana tornou-se esta sexta-feira o terceiro atleta a morrer em Portugal no novo ano civil, fruto de idênticos problemas cardíacos que vitimaram Alex Apolinário e Paulo Diamantino em janeiro.

O guarda-redes, de 32 anos, sofreu na segunda-feira uma paragem cardiorrespiratória num treino do FC Porto e deu entrada no Hospital de São João, no Porto, sendo transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos com um prognóstico reservado.

Um mês e meio antes, em 08 de janeiro, o basquetebolista Paulo Diamantino caiu inanimado durante um jogo entre o Mirandela Basket Clube e o Juventude Pacense, da II divisão, e não resistiu às manobras de reanimação tentadas durante quase uma hora.

O internacional sub-20 luso iria completar 36 anos no dia seguinte ao encontro em Paços de Ferreira e desapareceu com pouco mais de 24 horas de diferença face ao futebolista brasileiro Alex Apolinário, que representava o Alverca, do Campeonato de Portugal.

O médio, de 24 anos, esteve quatro dias internado em coma induzido, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória sofrida aos 27 minutos do duelo caseiro com o União de Almeirim (0-0), da 10.ª ronda da Série F, sem que estivesse a disputar qualquer lance.

No recente historial de morte repentina em provas desportivas realizadas em Portugal surge a copiloto espanhola Laura Salvo, que morreu em 10 de outubro de 2020, aos 21 anos, devido a um acidente no Rali Vidreiro Centro de Portugal, na Marinha Grande.

O Peugeot 208 R2 conduzido por Miguel Socias despistou-se no início do primeiro troço da sexta prova do Campeonato de Portugal de Ralis, que acabou por ser cancelada mediante a declaração do óbito no local, apesar dos esforços de 27 operacionais.

Há quase um mês, em 25 de janeiro, cumpriu-se o 17.º aniversário da morte do avançado húngaro Miklos Féher, vítima de uma paragem cardiorrespiratória nos instantes finais da visita do Benfica ao Vitória de Guimarães (1-0), da 19.ª jornada da I Liga de futebol.

Caso idêntico aconteceu em 25 de outubro de 2009 com o basquetebolista norte-americano Kevin Widemond, da Ovarense, que morreu no intervalo do duelo frente à Académica para a atribuição do terceiro lugar do Troféu António Pratas, em Leiria.

Já o lote de desportistas portugueses malogrados é encabeçado pelo motociclista Paulo Gonçalves, falecido há pouco mais de um ano, em 12 de janeiro, aos 40 anos, na sequência de uma queda ao quilómetro 276 da sétima de 12 etapas da 42.ª edição do Rali Dakar.

À imagem do piloto da equipa indiana Hero, o automobilista Augusto Mendes morreu em 01 de março de 1989, com 36 anos, na sexta classificativa do Rali de Portugal, ao despistar-se ao volante de um Opel Kadett GSI numa ravina da Serra da Lousã.

O lote de malogrados lusos começou a desenhar-se no início do século XX, em 15 de julho de 1912, quando Francisco Lázaro, de 24 anos, desfaleceu na maratona de Estocolmo, tornando-se a primeira vítima mortal dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.

O carpinteiro de uma fábrica de carroçarias de automóveis no Bairro Alto, em Lisboa, arrancou no grupo da frente, mas foi sucessivamente perdendo posições e começou a cambalear ao quilómetro 29, na colina de Öfver-Järva, até tombar de vez.

Porta-estandarte da primeira participação olímpica de Portugal, Francisco Lázaro acabou por colapsar na madrugada seguinte, vitimado pelo sebo que espalhou pelo corpo e que impedia a transpiração da pele face aos 32 graus sentidos na capital sueca.

O atleta foi homenageado na cerimónia de encerramento por Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos modernos, tal como o mundo do futebol prestou tributo a Fernando Pascoal Neves, mais conhecido por Pavão, em 16 de dezembro de 1973.

Natural de Chaves, o médio sofreu uma paragem cardiorrespiratória ao minuto 13 do encontro entre FC Porto e Vitória de Setúbal, da 13.ª jornada da I Liga, caindo inanimado no relvado do Estádio das Antas e morrendo no Hospital de São João, aos 26 anos.

Joaquim Agostinho notabilizou-se à escala mundial pela alcunha ‘Quim Cambalhotas’, devido aos constantes tombos sofridos ao longo de 16 anos em cima das bicicletas, que estiveram na origem da sua morte em Quarteira, na décima edição da Volta ao Algarve.

Natural de Torres Vedras, o corredor do Sporting caiu pela última vez aos 41 anos, após um cão se ter cruzado no seu caminho, causando fraturas no crânio, e 10 dias em coma e um óbito declarado em 10 de maio de 1984, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Final idêntico ao mais emblemático ciclista luso, vencedor de três Voltas a Portugal e com dois terceiros lugares na Volta a França, sofreu Bruno Neves, ao bater com a cabeça no chão quando integrava o pelotão da Clássica de Amarante, em 11 de maio de 2008.

Já o basquetebolista Paulo Pinto foi atraiçoado por um colapso cardíaco em 02 de março de 2002, ao oitavo minuto do duelo entre Aveiro Basket e Benfica, no Pavilhão dos Galitos, da Liga portuguesa, morrendo antes de chegar ao Hospital Infante D. Henrique.

Oriundo de São João da Madeira, o extremo-poste, de 27 anos, denotava uma carreira promissora, assente no estatuto de capitão das ‘quinas’ e jogador nacional do ano em 2000, um ano após ter sido o primeiro luso a figurar nos candidatos ao ‘All-Star’ europeu.

Outros desportistas portugueses ou estrangeiros falecidos em solo nacional:

– Veiga da Mota (ciclismo): 26 de fevereiro de 1959

– José Zeferino (ciclismo): agosto de 1982.

– Paulo Navalho (futebol): 23 de agosto de 1987.

– Manuel Abreu (ciclismo): 25 de fevereiro de 1997.

– Ángel Almeida (basquetebol): 29 de julho de 1997.

– Rui Guimarães (basquetebol): 06 de julho de 1998.

– Paulo Sérgio (futebol): 26 de dezembro de 2000.

– Landu Ndonbasi (futebol): 17 de fevereiro de 2002.

– Bruno Baião (futebol): 15 de maio de 2004.

– Hugo Cunha (futebol): 25 de junho de 2005.

– Mike Plowden (basquetebol): 28 de fevereiro de 2008.

– Francisco Ribeiro (andebol): 17 de dezembro de 2009.

– Vando Duarte (motociclismo): 08 de maio de 2011.

– Luís Carreira (motociclismo): 15 de novembro de 2012.

– Alex Marques (futebol): 17 de novembro de 2013.

– Nuno Silva (automobilismo): 16 de agosto de 2014.

– Sérgio Leitão (motociclismo): 23 de setembro de 2018.

– André Campos (andebol): 16 de outubro de 2018.

– Fábio Mendes (futsal): 16 de março de 2019.

– Filipa Gomes (motociclismo): 26 de julho de 2019.

– Matthias Sandeck (pesca submarina): 08 de setembro de 2019.

– Paulo Diamantino (basquetebol): 08 de janeiro de 2021.

Lusa/HN

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