Reino Unido doa 100 milhões de doses de vacinas excedentes

11 de Junho 2021

O Reino Unido vai doar 100 milhões de vacinas anti-Covid-19 excedentes, das quais 25 milhões até ao final de 2021, anunciará esta sexta-feira o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na abertura da cimeira do G7.

A novidade chega um dia depois de a Casa Branca confirmar que os Estados Unidos vão comprar 500 milhões de doses da vacina Pfizer para serem distribuídas por 92 países desfavorecidos, 200 milhões das quais até ao final do ano e as restantes na primeira metade de 2022.

Na semana passada, Johnson pediu a outros líderes do G7 que ajudassem a vacinar o mundo inteiro até ao final de 2022, esperando que na cimeira sejam feitos compromissos de fornecer pelo menos mil milhões de doses, seja por donativos de excedentes ou financiamento.

O Reino Unido planeia entregar o primeiro lote de cinco milhões de doses antes do final de setembro, quando se espera que toda a população adulta britânica já esteja imunizada e potencialmente tenha começado a vacinação a crianças.

Segundo um comunicado, 80 milhões das doses vão para a Covax, a iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que visa assegurar vacinas a países de médio e baixo rendimento, e as restantes serão partilhadas de forma bilateral.

“Como resultado do sucesso do programa de vacinas do Reino Unido, estamos agora em posição de partilhar algumas das nossas doses excedentes com aqueles que precisam delas. Ao fazê-lo, daremos um grande passo no sentido de vencer esta pandemia para sempre”, afirmou, urgindo outros líderes a fazer promessas semelhantes.

No total, o Reino Unido encomendou 517 milhões de doses de diferentes vacinas para uma população total de cerca de 66 milhões de pessoas, mas argumenta necessitar de vacinas suficientes para reforços ou para responder a novas variantes.

Reino Unido, EUA e União Europeia já têm mais de 50% da população vacinada com uma dose, mas no continente africano só 2% da população está imunizada e a média mundial é de 12%.

A cimeira de líderes do G7, que vai decorrer na Cornualha, sudoeste de Inglaterra, vai discutir formas de aumentar a capacidade de produção e distribuição de vacinas mundialmente em colaboração com as farmacêuticas.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu a suspensão de patentes, mas esta proposta está a encontrar resistência dos restantes líderes do G7, tendo o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendido que esta não é a solução.

“Queremos concentrar-nos em propostas concretas, como a promoção de licenciamento voluntário e transferência de conhecimento e partilha de patentes em termos mutuamente acordados”, disse ainda em Bruxelas, antes da partida para o encontro.

O Governo britânico investiu milhões de libras no desenvolvimento de uma vacina pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca com a condição de o fármaco ser vendido a preço de custo.

Posteriormente, Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson também se comprometeram a partilhar 1,3 mil milhões de doses sem lucro com países em desenvolvimento.

A cimeira do G7 entre sexta-feira e domingo, juntando presencialmente pela primeira vez em dois anos dirigentes dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da União Europeia.

Sob a presidência rotativa do Reino Unido, para esta edição foram convidados o Secretário-geral da ONU, António Guterres, e os líderes da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Índia, mas este último vai intervir por videoconferência.

LUSA/HN

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