Redução de intervalo entre doses da vacina AstraZeneca quer proteção mais rápida

17 de Junho 2021

A redução para oito semanas do intervalo entre as duas doses da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca tem como “grande objetivo” conferir “uma proteção mais rápida” às pessoas já com uma dose, disse esta quinta-feira à Lusa um responsável da DGS.

Segundo o coordenador da Comissão Técnica de Vacinação Contra a Covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS), Valter Fonseca, o plano logístico de vacinação está já a ser adaptado a estas novas recomendações da Direção-Geral da Saúde para antecipar a segunda dose das pessoas já vacinadas com a primeira dose.

O também diretor do Departamento da Qualidade na Saúde da DGS explicou que a decisão de antecipar de 12 para oito semanas o esquema vacinal foi “para mais rapidamente proteger as pessoas com a segunda dose que é aquela que vai dar proteção completa”.

Desde o início da pandemia que a DGS está “atenta à evolução da situação epidemiológica”, sendo que “nos últimos dias tem-se verificado um agravamento da situação”.

“É também conhecido, sobretudo no Reino Unido, que a importância da administração da segunda dose da vacina da AstraZeneca é fundamental para conferir a máxima proteção às pessoas que estão a ser vacinadas com esta vacina, sobretudo, para fazer frente a novas variantes de preocupação como a variante Delta”, associada à Índia, salientou Valter Fonseca.

A norma da DGS hoje publicada foi baseada nestes dados e também nos dados de que “a eficácia desta vacina mantém-se muito elevada neste intervalo entre doses”, adiantou.

De acordo com o especialista, o plano logístico de vacinação está já a ser adaptado para que, “o mais rapidamente possível”, seja aplicado o novo intervalo entre doses.

Questionado sobre se os utentes que terão a data da sua vacinação alterada podem receber a vacina em outro centro de vacinação caso estejam de férias, Valter Fonseca afirmou que a operacionalização da campanha de vacinação está a ser articulada em permanência entre a coordenação da ‘task force’ que coordena o plano de vacinação, as Administrações Regionais de Saúde e os centros de vacinação “de forma a que se faça tudo para que ninguém fique sem estar devidamente protegido”.

Sobre as causas que podem estar na origem do agravamento da situação epidemiológica, afirmou que podem ser atribuídas a “várias hipóteses”, uma das quais a variante Delta, que está “em permanente análise”.

Para Valter Fonseca, “é importante” que o desconfinamento seja feito em cumprimento das regras gerais, nomeadamente o distanciamento físico, higiene das mãos e uso de máscara, para que seja “seguro”.

Contudo, disse, “há várias variáveis que estão a congregar-se neste momento e que podem contribuir para este agravamento”.

Mas, ressalvou, a vacinação permite proteger, sobretudo, desfechos mais graves e “isso já se está a notar e são ótimas notícias”.

Valter Fonseca assegurou ainda que “todas as vacinas aprovadas na União Europeia mostraram “elevados valores de efetividade” para os casos graves que implicam hospitalização e morte.

“Por isso, a vacinação é a melhor forma que temos para nos protegermos individualmente contra esta doença e também conseguirmos controlar a pandemia” e “proteger os serviços de saúde”, defendeu.

Segundo dados da DGS, já foram administradas em Portugal 6.879.429 vacinas, das quais 2.379.304 são segundas doses.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram em Portugal 17.055 pessoas com covid-19 e foram registados 860.395 casos de infeção.

LUSA/HN

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