Sociedade de Gestão de Saúde pede abertura generalizada de inscrição para vacina

21 de Junho 2021

A Sociedade Portuguesa de Gestão de Saúde (SPGS) apelou esta segunda-feira à abertura imediata da possibilidade generalizada de inscrição para a vacina contra a Covid-19, lembrando que os mais novos são os que têm maiores possibilidades de contágio.

Em comunicado, a SPGS sublinha a urgência de agilizar mais a vacinação e recorda que, no Reino Unido, onde a taxa de vacinação já é muito avançada, “a variante Delta tem maior capacidade de produzir doença que as variantes anteriores, é muito mais transmissível”.

Apesar de insistir que “as vacinas continuam a proteger de doença grave”, a SPGS lembra que são “progressivamente menos eficazes ao longo do tempo” e insiste que as faixas etárias mais baixas são as que apresentam maiores possibilidades de contágio e as que “terão maior relutância a serem vacinados”.

Considera que Portugal deve colocar em prática o certificado digital para permitir a circulação interna no país, alegando que “a disseminação da variante delta para norte e todo o país será relativamente rápida”.

A SPGS defende também que o controlo dos aeroportos deve ser muito mais rígido, por se estar perante “variantes mais complexas como era de esperar neste tipo de vírus”, e que devem ser testados todos os passageiros que venham de países com índices relativamente elevados de Covid-19 e instaurar “quarentenas rigorosas” para quem for positivo.

“O controlo da Área Metropolitana de Lisboa deve ser mais restrito e prolongado para se tentar evitar ao máximo a disseminação do vírus”, escreve a SPGS, para quem as medidas até agora impostas nesta área têm sido “quase irrisórias” e que “poucos resultados irão trazer por serem extremamente suaves e sem um contexto agressivo”.

“Também poderemos estar neste momento a voltar a colocar em causa a reposição da normalidade no Serviço Nacional de Saúde para os doentes não covid”, alerta.

A sociedade apela ainda a uma “política de testes inteligente, especialmente na Região de Lisboa e Vale do Tejo”, com o isolamento rigoroso dos casos positivos para que não se recue na economia e na saúde.

Considera também essencial “modificar por antecipação o quadro do governo que assume a evolução da pandemia”, de acordo com sugestões da Ordem dos Médicos e do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo da Doença (ECDPC).

Na mesma nota, a SPGS apela ao planeamento atempado da vacinação dos menores de 18 anos “de acordo com as informações de outros países e da Organização Mundial de Saúde”.

Uma fonte da ‘task force’ nacional de vacinação contra a covid-19 disse à agência Lusa que a vacinação da população entre os 20 e os 29 anos deverá ser aberta “a partir de meados de julho”.

A disponibilização de vacinas a essa faixa etária em julho estava prevista “no âmbito do objetivo de ter 70% da população com pelo menos uma dose administrada no início de agosto”, referiu a mesma fonte.

O portal destinado ao autoagendamento, que entrou em funcionamento em 23 de abril, contempla a partir de hoje as pessoas acima dos 35 anos, depois de ter sido aberto para maiores de 40, 43, 45, 50, 55, 60 e 65 anos.

De acordo com as últimas informações divulgadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a prevalência da variante delta do novo coronavírus, associada à Índia, é superior a 60% na região de Lisboa e Vale do Tejo.

O estudo sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal do INSA indica ainda que na região Norte a prevalência desta variante do SARS-CoV-2 “é ainda inferior a 15%”.

O instituto relembra que “se estima que a variante Delta tenha um grau de transmissibilidade cerca de 60% superior à variante Alfa.

Em Portugal, mais de 4,3 milhões de pessoas em Portugal já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19, o equivalente a 42% da população, e quase 2,6 milhões (25%) têm a vacinação completa, segundo dados avançados na passada terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.862.364 mortos no mundo, resultantes de mais de 178,1 milhões de casos de infeção.

Em Portugal, morreram 17.065 pessoas dos 865.050 casos de infeção confirmados.

LUSA/HN

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