“Passaram 18 meses desde que a pandemia de covid-19 começou e a educação de milhões de crianças continua a ser perturbada. (…) Esta situação não pode continuar. As escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir”, defenderam as diretoras-executivas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Henrietta Fore e Audrey Azoulay, respetivamente, numa declaração conjunta.
As representantes destas duas agências do sistema da Organização das Nações Unidas (ONU) entendem que a reabertura das escolas (primárias e secundárias) não pode esperar pelo fim da crise pandémica, nem mesmo pela conclusão da vacinação de todos os alunos e funcionários, argumentando que a abertura das salas de aula pode ser feita “com segurança”, sobretudo porque os estabelecimentos de ensino “não constam entre os principais locais de propagação” do novo coronavírus.
Por outro lado, salientaram Henrietta Fore e Audrey Azoulay, “poderá ser impossível evitar o impacto que vão sentir as crianças e os jovens que não puderam frequentar a escola”.
“Seja na perda de aprendizagem, na angústia psicológica, na exposição à violência e a abusos, na falta de refeições escolares e de vacinas, ou na falta de socialização, as consequências para as crianças serão sentidas a todos os níveis: no seu desempenho escolar, no seu envolvimento social e na sua saúde física e mental”, frisaram as representantes.
Henrietta Fore e Audrey Azoulay lembraram ainda que o encerramento das escolas afeta em especial crianças e jovens que já vivem com poucos recursos – que não têm acesso, por exemplo, a meios e a ferramentas que possibilitam o ensino à distância -, e as crianças mais pequenas, que se encontram “em etapas chave do desenvolvimento”.
“Para evitar uma catástrofe geracional, exortamos os decisores políticos e os Governos a darem prioridade à reabertura das escolas com toda a segurança. O encerramento das escolas coloca em risco o nosso futuro apenas para preservar o nosso presente de uma forma incerta”, concluíram as diretoras-executivas da UNICEF e da UNESCO.
Esta declaração conjunta foi divulgada na véspera do Encontro Mundial de Educação 2021, evento realizado a nível ministerial promovido pela UNESCO que vai decorrer de forma virtual a partir de Paris, à margem do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável.
LUSA/HN
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