Polícia moçambicana investiga furtos avaliados em 14 mil euros em hospital provincial

19 de Agosto 2024

O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) de Moçambique anunciou hoje uma investigação de furtos de materiais informáticos e fármacos, avaliados em um milhão de meticais (14 mil euros), no Hospital Provincial de Inhambane, envolvendo funcionários.

“Confirmamos a detenção de um agente de saúde, em serviço há sete anos, afeto ao Hospital Provincial de Inhambane. O processo ainda está na fase de investigação (…) entendemos que nos próximos dias possa haver mais detenções em conexão com este caso”, disse à Lusa Alceres Cuamba, porta-voz da do Sernic em Inhambane, sul de Moçambique.

No total, segundo a fonte, os bens furtados estão avaliados em mais de um milhão de meticais (14 mil euros), com destaque para material informático e fármacos.

“O Sernic acredita que é uma rede porque a quantidade de bens recuperados não pode ter sido furtada por uma única pessoa”, frisou o porta-voz.

A investigação das autoridades moçambicanas ocorre numa altura em que o Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrenta diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários que alertam para falta de material e uma situação caótica.

As greves foram convocadas, primeiro, pela Associação de Médicos Moçambicanos, que ameaça paralisar atividades novamente em setembro, contra cortes salariais e falta de pagamento de horas extraordinárias, e, depois, pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que interrompeu recentemente a sua greve, mas ameaça também voltar.

Em entrevista à Lusa, em junho, a APSUSM, que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos (exceto os médicos), classificou a situação no sistema nacional como caótica, alertando que os profissionais, em protestos constantes nos últimos meses, estão a trabalhar sem condições.

“A situação continua difícil para nós porque trabalhamos sob forma de improviso, são muitos remendos que temos de fazer que é para conseguir prestar o mínimo de atendimento adequado”, disse a secretária-geral da APSUSM, Sheila Chuquela, alertando que os profissionais de saúde ponderavam também voltar à greve.

O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo dados do Ministério da Saúde consultados pela Lusa.

LUSA/HN

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