Sindicato preocupado com assistentes operacionais infetados nos hospitais

11 de Maio 2020

O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) manifestou hoje preocupação pela saúde dos trabalhadores dos hospitais, denunciando que assistentes operacionais do Hospital de São João, no Porto, estão infetados com covid-19.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o STFPSN refere que “os assistentes operacionais estão expostos a diferentes focos de infeção” e que, “recentemente, no serviço de Urologia do Hospital de São João seis dos 10 assistentes operacionais testaram positivo para covid-19”.

A Lusa pediu esclarecimentos ao Centro Hospitalar e Universitário de São João (CHUSJ), tendo a administração referido, por escrito, que “no serviço de urologia, entre os dias 03 e 08 de maio, foram identificados não seis, mas sim três novos casos de covid-19 entre assistentes operacionais”.

No comunicado, o STFPSN apela para que “sejam tomadas medidas para que todos os trabalhadores do serviço sejam testados, que se providenciem as necessárias operações de limpeza e desinfeção dos espaços do serviço e sejam repostas as condições passíveis de garantir o regresso ao trabalho em segurança”.

O sindicato considera ainda “importante reconhecer o esforço de todos os profissionais de saúde no combate a esta pandemia” e também “fundamental que sejam tomadas todas as medidas para que os serviços sejam organizados de forma a garantir a estes profissionais todas as condições de segurança no desempenho das suas funções”.

“O STFPSN apela a que no combate à infeção por covid-19 a observação das melhores condições de trabalho para os profissionais seja vista como elemento essencial de estabilidade na resposta clínica e médica do Serviço Nacional de Saúde às populações neste momento difícil para todos”, conclui o comunicado.

Em resposta à Lusa, o CHUSJ garante que “mantém normas muito abrangentes em termos de controlo de infeção”, todas elas alinhadas com as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e instituições internacionais, incluindo testes sistemáticos a todos os doentes admitidos, avaliação da temperatura corporal à entrada na instituição aos doentes e profissionais, o diagnóstico precoce de casos, bem como rastreio de contactos de todos os confirmados.

“Para além disso, é obrigatória a utilização de máscara por todos os profissionais e doentes, e outros equipamentos de proteção individual adequados a cada tipo de tarefas executadas, nunca tendo existido falta ou limitação destes equipamentos, como tem sido amplamente documentado nas várias reportagens da comunicação social que têm sido realizadas nesta instituição, ao longo das últimas semanas”, refere a resposta enviada à Lusa.

A administração deste centro hospitalar do Porto, local onde em 02 de março foi detetado o primeiro caso de covid-19 em Portugal, acrescenta que o horário de funcionamento do Serviço de Saúde Ocupacional foi alargado para sete dias por semana dando um apoio permanente e efetivo a todos os profissionais que dele necessitem, em estreita colaboração com o Serviço de Doenças Infecciosas.

“De sublinhar, que até à presente data, a proporção de assistentes operacionais infetados com covid-19 na instituição é inferior à de outras categorias profissionais, significando um forte investimento em formação e na implementação de protocolos de atuação, incluindo o uso adequado dos equipamentos de proteção individual, que garanta a efetiva segurança dos profissionais”, termina o CHUSJ.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 282 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.144 pessoas das 27.679 confirmadas como infetadas, e há 2.549 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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