Militares “ofereceram” mais de seis mil camas e fizeram 151 mil litros de gel

3 de Junho 2020

As Forças Armadas mantêm no terreno grande parte do seu dispositivo para ajudar no combate à pandemia de Covid-19, com mais de 6.100 camas, e já produziram 151 mil litros […]

As Forças Armadas mantêm no terreno grande parte do seu dispositivo para ajudar no combate à pandemia de Covid-19, com mais de 6.100 camas, e já produziram 151 mil litros de álcool gel, informou o Governo.

Numa altura em que o país está na sua terceira fase de desconfinamento e vive em situação de calamidade, após semanas de estado de emergência, a “equipa de planeamento para apoio ao funcionamento” do hospital de campanha do Estádio Universitário de Lisboa, com três militares do Instituto Universitário Militar, “mantém-se em funções”, afirmou o Ministério da Defesa Nacional em resposta a perguntas da Lusa.

Os militares apenas retiraram as camas cedidas a este hospital, mas continuam disponíveis se forem necessárias, ainda segundo a informação dada pelo ministério.

Todo o material disponibilizado em março continua montado no polo de Lisboa do hospital das Forças Armadas, e o mesmo acontece no Pavilhão Rosa Mota do Porto.

Para “reforçar a capacidade do Hospital das Forças Armadas, no polo de Lisboa”, o Governo avança que foi montado um “agrupamento sanitário” com 32 camas e foram disponibilizadas 87 tendas e 6.163 camas, no Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Este material, acrescentou, serviu para postos médicos avançados em unidades hospitalares e em estabelecimentos prisionais, hospitais de campanha, no Estádio Universitário de Lisboa e no Pavilhão Rosa Mota no Porto, e centros de acolhimento de vários municípios.

Do laboratório militar, em Lisboa, saíram 151 mil litros de álcool gel, destinados tanto para as Forças Armadas, como o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e entidades oficiais, de acordo com os dados do ministério.

Desde março, início do surto pandémico em Portugal, o polo do Porto do hospital das Forças Armadas acolheu 77 idosos de quatro lares, de Famalicão, Vila Real, Albergaria-a-Velha e Matosinhos, a pedido da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

E realizou, também nesta unidade, o tratamento de doentes do SNS, oriundos do Hospital de Braga – 16 utentes de hemodiálise – e do Hospital Pedro Hispano de Matosinhos, de seis idosos infetados com Covid-19.

No apoio ao SNS e ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, as Forças Armadas disponibilizaram 11 centros de acolhimento de doentes, em unidades militares dos três ramos (Exército, Marinha e Força Aérea).

No Regimento de Infantaria n.º1, em Tavira, foram acolhidos sete cidadãos estrangeiros, de 18 de abril a 02 de maio, o Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea, na Ota, recebeu 171 cidadãos estrangeiros, a maioria infetados, transferidos de um hostel em Lisboa, no período de 20 de abril a 20 de maio e no Regimento de Artilharia n.º4, em Leiria, está alojada, desde 31 de maio, uma doente proveniente da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Leiria.

A pandemia de Covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios, infetou 6,2 milhões de pessoas e causou mais de 375 mil mortos em todo o mundo.

Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 02 de março e já morreram 1.436 pessoas, num total de 32.895 pessoas contabilizadas como infetadas, com 19.869 doentes recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

LUSA/ HN

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Sérgio Bruno dos Santos Sousa
Mestre em Saúde Pública
Enfermeiro Especialista de Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública na ULSM
Gestor Local do Programa de Saúde Escolar na ULSM

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