“Há alguns estudos dispersos pelo mundo. Também estamos a fazer estudos em alguns hospitais, mas com a cautela que temos tido porque ainda é cedo para tirar conclusões, uma vez que os nossos primeiros casos foram a 02 de março e estamos a 12 de junho. Passou pouco tempo para sabermos se isto são sequelas definitivas que vão deixar algum grau de incapacidade ou não”, disse Graça Freitas.
A diretora-geral da Saúde, que falava na conferência de imprensa diária de balanço sobre a pandemia de covid-19 em Portugal, disse que as autoridades portuguesas estão atentas à questão das sequelas e a acompanhar a evolução em outros países, nomeadamente europeus.
“Felizmente a maior parte das pessoas tem uma situação de doença muito ligeira. Essas pessoas recuperam e recuperam até relativamente depressa e voltam à sua vida normal em muito pouco tempo. Depois há as pessoas que ficam internadas, as que ficam internadas em cuidados intensivos e ainda aquelas que são ventiladas e é mais difícil a recuperação”, analisou.
Graça Freitas apontou que “a convalescença com ou sem sequelas é mais demorada” em pessoas que foram internadas em cuidados intensivos e ventiladas, sendo que esses doentes “podem passar processos que levam até semanas para voltar à sua condição física anterior”.
“A questão das sequelas tem de ser muito bem monitorizada para ver se persistem para além do período de convalescença. O que os hospitais fazem sobretudo aos que estiveram em unidades de cuidados intensivos e foram ventiladas é um acompanhamento dos parâmetros que permitem verificar se existem ou não essas sequelas, nomeadamente a nível pulmonar”, concluiu.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 421 mil mortos e infetou mais de 7,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.505 pessoas das 36.180 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA/HN
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