Segundo o Ministério da Saúde, a letalidade da doença no Brasil, segundo país do mundo com mais mortos e infetados, voltou hoje a descer, encontrando-se nos 4,3%, momento em que está ainda a ser investigada uma eventual relação de 3.799 vítimas mortais com a covid-19.
Ainda de acordo com a tutela, 443 das 1.109 mortes ocorreram nos últimos três dias, mas foram incluídas nos dados de hoje.
O Brasil tem agora uma incidência de 27,2 mortes e 625,1 casos da doença por cada 100 mil habitantes, num país com uma população estimada de 210 milhões de pessoas.
Em relação ao número de recuperados, 715.905 pessoas infetadas já recuperaram da doença, enquanto 540.692 pacientes continuam sob acompanhamento.
São Paulo, estado mais rico e populoso do país, é o foco da pandemia no Brasil, concentrando hoje 14.263 vítimas mortais e 265.581 casos confirmados. Segue-se o Rio de Janeiro, com 9.789 óbitos e 108.803 pessoas diagnosticadas.
Já um consórcio formado pela imprensa brasileira, que decidiu colaborar na recolha de informações junto das secretarias de Saúde estaduais, informou que o país registou 994 mortes e 35.887 novos infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas.
No total, o consórcio formado pelos principais media do Brasil indicou que o país totaliza 1.315.941 casos e 57.103 vítimas mortais desde o início da pandemia, números superiores aos avançados pelo executivo.
O balanço do consórcio não contou com os dados dos estados do Espírito Santo e Rondônia, que não enviaram os seus números a tempo do encerramento da contagem.
O Ministério da Saúde brasileiro anunciou hoje uma parceria para a investigação e produção nacional da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.
“O Governo federal enviou resposta à embaixada britânica e ao presidente do laboratório AstraZeneca aceitando a proposta de acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para covid-19. O acordo prevê a compra de lotes da vacina e da transferência de tecnologia. Se demonstrada eficácia, serão 100 milhões de doses à disposição da população brasileira”, indicou o executivo em comunicado.
No Brasil, a tecnologia será desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o maior centro de investigação médica da América Latina, vinculado ao Ministério da Saúde brasileiro.
Para o secretário nacional de Vigilância em Saúde do Governo brasileiro, Arnaldo Correia de Medeiros, caso se comprove a eficácia da imunização, estima-se que no início do próximo ano já possa ser realizada uma campanha de vacinação, a começar pelos públicos prioritários, ou seja, pela população mais vulnerável à covid-19.
“Com a vacina aprovada teremos a cobertura realizada como parte da ‘expertise’ do Brasil em campanhas nacionais de vacinação, nesse caso priorizando públicos mais vulneráveis como idosos, pessoas com comorbidades, profissionais de saúde, professores, profissionais de segurança, indígenas, motoristas de transporte público e pessoas privadas de liberdade”, destacou Medeiros.
“Gostaria de ressaltar que depois do Reino Unido, o Brasil foi o primeiro a iniciar os estudos de eficácia da vacina contra covid-19. É o único estudo clínico de vacinas da América Latina”, frisou por sua vez a diretora de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Camile Sachetti.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 495 mil mortos e infetou mais de 9,87 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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