Esta investigação mostra a importância dos testes em massa e do isolamento dos portadores do vírus para conter os focos de contaminação, de acordo com os autores, cujo trabalho foi publicado na revista científica Nature.
Em finais de fevereiro, as primeiras mortes em Itália foram registadas na ciadade de Vo (3.200 habitantes), perto de Pádua (Norte do país).
A cidade entrou imediatamente em duas semanas de confinamento, no decurso das quais os investigadores puderam fazer testes virológicos em mais de 85% da população.
No início da quarentena, 2,3% dos habitantes de Vo estavam infetados, contra 1,2% no fim do confinamento e 42,5% da população com teste positivo não tinham qualquer sintoma na altura da análise, nem depois.
Segundo os autores, o estudo mostra que o isolamento rápido dos casos e os testes em massa permitiram eliminar eficazmente o vírus desta pequena cidade.
“A despistagem de todos os cidadãos, quer apresentem ou não sintomas, permite travar a propagação da doença e impedir as epidemias de se tornarem incontroláveis”, de acordo com Andrea Crisanti, do Departamento de Medicina Molecular da Universidade de Pádua e do Departamento de Ciências da Vida da Imperial College de Londres.
Os portadores assintomáticos da infeção têm uma carga viral semelhante aos que ficam doentes, o que sugere que, mesmo sem ficarem doentes, podem propagar o vírus.
“Mesmo as infeções assintomáticas têm o potencial de contribuir para a transmissão“, frisou Enrico Lavezzo, da Universidade de Pádua, coautor do estudo.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 505.500 mortos e infetou mais de 10,32 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.576 pessoas das 42.141 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA/HN
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