Os dados da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) indicam que nas cirurgias os valores que se verificavam em fevereiro (cerca de 17.000) foram recuperados em julho (extrapolando a partir de dados obtidos até ao dia 22), depois de em abril não terem chegado às 3.000.
A APHP lembra que, com o decreto do estado de emergência, “houve uma quebra abrupta na atividade de todos os hospitais portugueses a partir da segunda quinzena de março, que se agravou em abril”.
No caso dos hospitais privados, “a atividade chegou a cair cerca de 67% em abril, face ao mesmo mês do período homólogo”, uma situação que foi transversal ao setor da saúde, quer no setor público quer no privado ou social, por causa da pandemia.
Nas consultas de especialidade, os privados dizem ter passado de cerca de 700.000 em fevereiro para menos de 400.000 em março e cerca de 150.000 em abril, valores que começaram a inverter em maio.
Em julho, extrapolando para o total do mês a partir dos dados obtidos até dia 22, os privados conseguiram recuperar nas consultas de especialidade para um valor próximo das 650.000.
“Nota-se, no entanto, ainda uma quebra da ordem dos 50% nos episódios de urgência”, reconhece a APHP.
Os hospitais privados explicam que ao nível das cirurgias tem sido feito um “esforço suplementar” para recuperar a atividade que não pôde ser realizada, recordando as orientações emitidas pela Direção-Geral da Saúde aquando do estado de emergência para adiar consultas de especialidade e cirurgias não urgentes.
“Com uma correta gestão das equipas e otimização dos blocos, mesmo aos fins de semana, tem havido uma forte recuperação da atividade cirúrgica, ao nível do que existia em 2019”, lembra o presidente da APHP, Óscar Gaspar, sublinhando que os hospitais privados estão já a funcionar em pleno.
“É fundamental que as pessoas continuem a cuidar da sua saúde, que não tenham receio de ir ao hospital”, acrescenta.
A quebra na prestação de cuidados de saúde a partir do mês de março – quando se registou o primeiro caso de Covid-19 em Portugal e em que um despacho do governo determinou a quebra da atividade assistencial – ocorreu também no serviço público.
Os últimos dados divulgados pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares indicam que a pandemia fez adiar milhares de cirurgias e mais de um milhão de consultas.
LUSA/HN
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