Esta medida constitui um rude golpe para os clubes de futebol de todo o país, que esperavam poder começar a trazer parcialmente os seus adeptos de volta aos estádios na nova época, que começa em 11 de setembro com os jogos da Taça da Alemanha.
No entanto, “exceções” serão permitidas em regiões onde a taxa de infeção for baixa por pelo menos uma semana e “se for garantido que os participantes vêm exclusivamente dessa região ou regiões vizinhas” onde a propagação do vírus seria também contida.
A Liga Alemã de Futebol (Bundesliga), em cooperação com a federação, apresentou na quarta-feira um projeto que permitia o regresso parcial de público aos estádios e que incluía bilhetes nominativos para permitir o rastreio em caso de contaminação.
O próprio ministro do Interior e Desporto, Horst Seehofer, defendeu o regresso dos adeptos aos recintos desportivos.
“A população não entende que muitas pessoas podem se mover em um espaço confinado, mas que uma partida de futebol com poucos espetadores afastados uns dos outros não é possível”, afirmou Horst Seehofer ao jornal Augsburger.
O governo de Angela Merkel, perante a atual situação da pandemia do novo coronavírus, decidiu apertar as restrições à população alemã e estender a proibição de público em estádios, espaços culturais, festivais ou feiras.
As autoridades também irão fortalecer os mecanismos necessários para garantir que os períodos de quarentena sejam respeitados e se assim não for aplicarão pesadas multas.
Mesmo que a propagação do vírus seja “atualmente ainda significativamente inferior ao pico atingido em março e abril”, as autoridades alemãs apontam para o fato de, “nas últimas semanas, o número de infeções ter aumentado novamente”.
O país regista cerca de 1.500 novos casos por dia, o maior número desde o final de abril. O recorde foi estabelecido com seis mil novos casos no início de abril.
O governo alemão refere que “a habitação coletiva, os eventos, as celebrações e a mobilidade associada às férias são particularmente propícios à propagação do vírus” e recorda que “este aumento nos meses de verão deve ser levado especialmente a sério”.
A Alemanha teve 237.936 casos (+1.507 nas últimas 24 horas) de Covid-19 e 9.285 mortes (+5), de acordo com o instituto Robert Koch.
Perante a continuação da pandemia, o governo anunciou também na quarta-feira a prorrogação das ajudas às empresas e aos trabalhadores face ao impacto económico, nomeadamente com a prorrogação do regime de desemprego parcial para dois anos.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 820 mil mortos e infetou mais de 23,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA/HN
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