Fenprof diz que Governo não criou condições para início das aulas em segurança

1 de Setembro 2020

A Fenprof responsabilizou esta terça-feira o Ministério da Educação pela abertura do ano escolar, em regime presencial, sem alegadamente ter assegurado as condições de segurança sanitária necessárias nos estabelecimentos de ensino.

“As condições que se exigem para uma abertura das escolas não foram criadas”, afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, numa sessão na Escola Básica do 1.º Ciclo Solum Sul, em Coimbra, com a presença de professores e jornalistas.

Para Mário Nogueira, “o ensino presencial é essencial” para devolver alguma normalidade às escolas, já que “o ensino remoto, outra vez, seria trágico” para alunos, professores e pessoal auxiliar.

Face à pandemia da Covid-19 e ao risco de contágio das pessoas pelo novo coronavírus, o início das atividades letivas, entre os dias 14 e 17, deveria ser acompanhado de “medidas rigorosas que garantam que essa possibilidade é reduzida ao máximo”, defendeu em declarações aos jornalistas no final da iniciativa com que a Federação Nacional de Professores assinalou a abertura do ano escolar.

“O Governo perdeu dois meses, julho e agosto, para poder melhorar” as medidas sanitárias, cumprindo as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), criticou o dirigente sindical.

Algumas dessas medidas “não cumprem as normas da DGS”, adiantou.

Mário Nogueira voltou a defender, por exemplo, que o Ministério da Educação deveria ter efetuado “um rastreio à Covid-19 a toda a comunidade escolar”.

Nesse rastreio, “prévio ao início das atividades letivas”, caberia ao Governo “articular com os municípios a sua realização”, de acordo com o “Plano para a abertura segura do ano letivo 2020-2021 em regime presencial”, proposto pelo secretariado nacional da Fenprof, no dia 30 de julho.

“Não há rastreio, não há distanciamento, não há pequenos grupos de alunos e também falta pessoal. O Ministério da Educação esteve dois meses a dormir”, acusou.

Mário Nogueira disse que, na sexta-feira, a Fenprof “voltou a pedir” uma reunião com o Ministério para analisar estes problemas, depois de nos últimos meses ter feito várias vezes a mesma solicitação sem sucesso.

Idêntico pedido foi dirigido à DGS, por oito vezes, mas a organização não obteve resposta, lamentou.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Maioria dos médicos já atingiu as 150 horas extras nas urgências

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) avançou esta sexta-feira que a esmagadora maioria dos médicos que faz urgência já atingiu as 150 horas extraordinárias obrigatórias, reclamando “respostas rápidas”, porque “já pouco falta para o verão” e as urgências continuam caóticas.

Ordem convida URIPSSA e URMA para debater situação dos enfermeiros das IPSS

A Secção Regional da Região Autónoma dos Açores da Ordem dos Enfermeiros (SRRAAOE) formalizou esta semana um convite no sentido de requerer uma reunião conjunta entre a Ordem dos Enfermeiros, a União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores e a União Regional das Misericórdias dos Açores.

SIM diz que protocolo negocial com tutela será assinado em maio

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou esta sexta-feira que o protocolo para iniciar as negociações com o Governo será assinado em maio, esperando que ainda este ano se concretize um calendário de melhoria das condições de trabalho dos médicos.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights