A agenda da entidade liderada por Christine Lagarde indica que está prevista a publicação de uma decisão de política monetária pela entidade depois do encontro, seguida de uma conferência de imprensa.
Analistas contactados pela agência Efe descartam grandes decisões, embora alguns esperem que as compras de dívida aumentem.
O professor da EAE Business School, de Madrid, Ricardo Zion, citado pela Efe, diz que “aparentemente a reunião será tranquila, de continuidade, sem grandes medidas ou grandes anúncios”, mas alerta para “dois convidados” surpresa, sendo “um deles a inflação”.
Em agosto, a zona do euro registou uma taxa de inflação negativa pela primeira vez em quatro anos, com os preços a caírem 0,2%.
“Por outro lado, o BCE conta com o problema cambial, já que o euro está mais fortalecido em relação ao dólar e passou de mínimos de 1,06 de março para 1,20 na última semana”, acrescentou Zion.
Isso faz com que as exportações da zona euro sejam menos competitivas e, por outro lado, o valor das importações na zona do euro também diminuam, afetando negativamente o crescimento dos preços e a inflação.
Neste ambiente, Zion não espera “muito” do BCE” hoje porque as taxas de juros já estão em mínimos históricos e o programa de compra de ativos é muito agressivo.
Zion também acredita que o BCE tem espaço para expandir o programa de compra de dívida.
O BCE poderia estender o prazo e o valor total das compras, “mas se Lagarde anunciar um programa de estímulo muito agressivo, isso seria contraditório”, tornando-se num “equilíbrio muito difícil”, indicou.
Já os analistas do Nomura não esperam que o BCE faça mudanças na política monetária, mas contam com alguma discussão sobre a inflação negativa da zona euro e a valorização da moeda única.
Em 2014, o então presidente do BCE, Mario Draghi, disse que uma valorização de 10% do euro reduz a inflação em cerca de 0,4 pontos percentuais, lembraram, segundo a Efe.
Os analistas do UniCredit, por sua vez, acreditam que o BCE anunciará uma segunda extensão do programa de compra de dívida de emergência, por causa da pandemia, até ao final do ano.
O mercado espera ainda que a Reserva Federal americana mantenha as taxas de juros perto de 0% mais tempo do que havia previsto, algo que isso enfraquece o dólar, tendo em conta decisões recentes da entidade em relação à inflação.
Os analistas não acreditam que o BCE reaja imediatamente a esta questão no encontro de hoje.
NR/HN/LUSA
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