“De um momento para o outro, podemos ser obrigados a adaptar-nos a novas realidades e, para isso, é preciso uma administração pública flexível. Eu acho que a administração pública demonstrou essa capacidade, ao passar para o teletrabalho de forma relativamente bem sucedida. Acho que essa adaptação já começou a acontecer”, afirmou Alexandra Leitão, no 11.º Congresso Nacional da Administração Pública, em formato virtual, organizado pela Direção-Geral da Qualificação dos Trabalhadores em Funções Públicas (INA).
Foi em meados de março, quando foram registados os primeiros casos da doença Covid-19 em Portugal, que os trabalhadores da Administração Pública foram para regime de teletrabalho, desde que as funções que exerciam o permitiam, e alguns ainda mantêm esse regime.
A ministra, que admitiu “valorizar muito” o trabalho presencial, defendeu que “a grande vantagem” do teletrabalho é a adaptabilidade à vida pessoal do trabalhador, mas também a flexibilidade para o empregador, que pode ter interesse no regime do teletrabalho.
“Por exemplo, permite trabalhar no interior para uma direção geral. Isto é possível, a partir do momento em que se trabalha remotamente. Essa flexibilidade é uma vantagem”, defendeu a governante, precisando que o teletrabalho “é passível de ser aplicado a qualquer serviço” e que a liderança desse serviço é que deve determinar a percentagem e os conteúdos do teletrabalho, sendo “difícil” que seja igual para todos os serviços.
Segundo o Programa de Estabilização Económica e Social, até ao final da legislatura, em 2023, devem estar em teletrabalho pelo menos 25% dos trabalhadores com funções compatíveis com essa modalidade laboral.
A ministra defendeu também que a verba para formação dos serviços da Administração Pública “deve ser reforçada”, por não ser suficiente, e anunciou a intenção de investimento nas plataformas tecnológicas usadas pelo cidadão, para que haja uma única cara quando fala com a administração pública.
LUSA/HN
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