A propósito do Dia Mundial da Osteoporose, que hoje se assinala, sociedades de profissionais de saúde e associações de doentes defenderam que a pandemia provocada pelo novo coronavírus “fará aumentar o número de vítimas” desta patologia.
Em comunicado conjunto, pedem que se retome o acompanhamento destes doentes e não se descure a prevenção das fraturas osteoporóticas, “responsáveis pela morte de milhares de pessoas”.
Neste sentido, elaboraram um documento de tomada de posição sobre a “Gestão da Osteoporose Durante a Pandemia da COVID-19”, que é subscrito pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), pela Sociedade Portuguesa das Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM), Associação Nacional Contra a Osteoporose (APOROS) e Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas (LPCDR).
O apelo é dirigido aos serviços de saúde, às famílias em geral e aos cuidadores de idosos para que sejam reforçados todos os tratamentos e cuidados que visam prevenir as fraturas.
“O contexto de pandemia tem tudo para aumentar significativamente o número de vítimas da osteoporose”, lê-se no documento, em que se apresentam alguns números sobre a doença.
Estima-se que em Portugal morram, a cada ano, cerca de 1.500 pessoas como consequência direta das cerca de 12.000 fraturas osteoporóticas da anca.
“A semelhança deste número com o número de mortes por covid-19 na população idosa (cerca de 1.353 óbitos), observado no nosso país até junho de 2020, merece reflexão”, defendem os subscritores da posição, pedindo a recuperação urgentes dos recursos suspensos devido à pandemia.
O isolamento social e a falta de atividade física são considerados fatores acrescidos no desenvolvimento da doença.
Os autores do documento citam dados do Ministério da Saúde para lembrar que ficaram por realizar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) quase 1,4 milhões de consultas médicas, devido à pandemia.
“Terão sido também cancelados, em equivalente proporção, procedimentos complementares de diagnóstico e terapêutica. Paralelamente foi registado um aumento de faltas dos doentes às consultas médicas agendadas, provavelmente pelo medo da contaminação por SARS-COV-2”, sustentam.
Os especialistas temem que muitos doentes com osteoporose tenham visto interrompido o acompanhamento e tratamento.
O mesmo pode ter sucedido a doentes com fraturas, “apesar do aumento de risco de morte que apresentam”.
As fraturas osteoporóticas são uma das principais causas de perda da independência funcional e de mortalidade na população mais idosa.
Cerca de 740.000 pessoas morrem todos os anos, no mundo, em consequência de fraturas osteoporóticas da anca.
LUSA/HN
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