Testes rápidos devem ser usados para sintomáticos, surtos e profissionais de saúde de risco

26 de Outubro 2020

A diretora-geral da Saúde esclareceu hoje que os testes rápidos para deteção do vírus da doença covid-19 devem ser usados em pessoas com sintomas compatíveis, casos de surto e profissionais de saúde com maior risco de exposição.

A Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicou hoje uma norma com a nova estratégia de testes rápidos de antigénio (TRAg) e Graça Freitas, na conferência de imprensa para atualização de informação sobre a pandemia de covid-19 em Portugal, explicou os três contextos em que têm indicação para serem usados à data.

A “principal razão” para utilização de TRAg são “as pessoas sintomáticas, nos primeiros cinco dias de sintomas” compatíveis com Covid-19, disse, frisando que teve “o cuidado de dizer pessoas sintomáticas e não pessoas covid-19 positivo, porque só o teste é que dará o diagnóstico”.

A segunda indicação de TRAg “é menos generalista” e refere-se “a pessoas sem sintomas, mas em situações concretas, nomeadamente de surto, em que, de facto, a rapidez [na realização de testes e na obtenção de resultados] é muito importante”.

A “grande vantagem” dos testes rápidos “é exatamente a rapidez”, já que “oferecem a quem está no terreno, aos médicos e às equipas de saúde, resultados rápidos, que permitem implementar mais precocemente medidas de saúde pública”, frisou.

Os testes rápidos de antigénio “podem ainda usar-se numa terceira situação”, ou seja, no “rastreio periódico de profissionais de saúde em contexto de maior risco de exposição”.

Graça Freitas disse que “é bastante elevada a probabilidade” de um TRAg detetar um caso positivo de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, mas deixou claro que um teste rápido de antigénio com resultado negativo numa pessoa “com forte suspeição clínica de Covid-19 não dispensa a realização de um teste molecular para confirmação”.

“Portanto, um teste de antigénio rápido negativo numa pessoa fortemente suspeita obriga [a] que [se] faça um teste PCR”, sublinhou.

Segundo a diretora-geral da Saúde, “a utilização de testes rápidos vai permitir dois objetivos essenciais: reduzir e controlar ainda mais a transmissão [da Covid-19] e prevenir e mitigar o impacto da doença no sistema de saúde, nos seus serviços e nas populações mais vulneráveis”.

Já a estratégia de utilização de TRAg “tem duas componentes essenciais”, sendo que a primeira é introduzir testes rápidos, além do teste molecular, de PCR, usado desde o início da pandemia, e a segunda é definir em que contextos devem ser utilizados.

Graças Freitas explicou que a DGS só agora tomou a decisão de usar TRAg, porque “estes testes são o resultado da evolução do conhecimento, já andamos há muito tempo a ouvir falar de testes rápidos”, mas “só agora temos disponíveis no mercado testes rápidos com boa sensibilidade e boa especificidade”.

Também só agora “temos indicações internacionais que dizem que é seguro utilizar” testes rápidos de antigénio “sobretudo” em pessoas com “sintomatologia compatível” com Covid-19 e “nos primeiros cinco dias de sintomas”.

Segundo a diretora-geral da Saúde, a nova norma relativa os testes rápidos de antigénio só norma produz efeitos a partir do dia 09 de novembro para “garantir que todos os intervenientes no processo, que são muitos e complexos, têm tempo de se ajustar às mudanças”.

Graças Freitas frisou que a estratégia da DGS, como órgão técnico-normativo do Ministério da Saúde, “continua coesa e é a mesma desde o início: testar, seguir, rastrear, isolar”, à qual acrescentou “humanizar”.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.343 pessoas dos 121.133 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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