A medida iria descartar a exigência de máscaras nas escolas e proibir os funcionários governamentais que visitam os territórios da Guna Yala de as usarem. Cerca de 34 mil pessoas Guna Yala, o segundo maior dos sete grupos indígenas do Panamá, vivem principalmente na costa das Caraíbas.
Embora os territórios indígenas no Panamá tenham uma autonomia significativa, os efeitos da votação do Congresso Geral da Cultura Guna Yala não são claros.
O Governo do Panamá afirmou que a assembleia cultural não tem autoridade para decidir sobre questões de saúde pública e que tal decisão caberia ao congresso oficial de legislação do território indígena.
O ministro Adjunto dos Assuntos Indígenas do Panamá, Ausencio Palacio, disse que só o Ministério da Saúde tem o poder de definir políticas públicas sobre tais questões, e chamou à votação “um erro”.
Palacio, membro do grupo Ngabe Bugle, a maior comunidade indígena do Panamá, frisou que, até agora, os povos indígenas têm observado medidas de isolamento e distanciamento social.
Ausencio Palacio, que esteve hospitalizado durante um mês com Covid-19, sugeriu que a votação pode ter sido em parte motivada pela raiva nas comunidades indígenas por as autoridades não reconhecerem tratamentos tradicionais baseados em plantas.
Os grupos indígenas do país têm sido fortemente atingidos pelo novo coronavírus.
O diretor de saúde do território Guna Yala, Wagayoguna Diaz, referiu que a região assistiu a 967 casos de coronavírus e 36 mortes até à data. Diaz acrescentou que 35 novos casos foram relatados no território na segunda-feira e acredita-se que o contágio tenha sido feito por turistas que visitaram as praias e ilhas da região.
A nível nacional, o Panamá registou 129.000 casos e 2.600 mortes.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
LUSA/HN
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