“O secretário do Turismo [da Madeira] e o Instituto de Administração da Saúde (IASAúde] está a ter uma reunião com os principais grupos hoteleiros no sentido de encontrar uma solução”, disse Miguel Albuquerque à margem da visita que efetuou hoje a uma exploração agrícola na freguesia da Ponta do Pargo, no concelho da Calheta, na zona oeste da ilha.
O governante regional salientou que a solução “passa também por aquilo que é justo”, apontando ser “a comparticipação dos próprios utentes no uso e gastos inerentes ao hotel”.
O chefe do Executivo Regional argumentou que os visitantes “pagam a reserva antecipadamente”, sendo o objetivo que, em caso de terem um teste positivo para covid-19 na chegada à Madeira, “esse dinheiro seja canalizado para ajudar os custos do Serviço Regional de Saúde no funcionamento e despesas inerentes ao funcionamento do hotel”.
Sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras na rua, a partir de quarta-feira, com base na proposta do Governo da República, um diploma já promulgado pelo Presidente da República, Miguel Albuquerque não excluiu a possibilidade de a Assembleia da Madeira também legislar sobre esta matéria.
“Nós agora temos a faculdade de o parlamento regional e o governo [da Madeira] legislar sobre essa matéria” e, “neste momento está tudo em aberto”, referiu, salientando que esta é recomendação que foi introduzida “há muito tempo” no arquipélago.
O responsável insular destacou que a medida “tem sido de forma crescente cumprida pela população” e enfatizou que, por enquanto, ninguém “vai ser multado” porque “a maioria já usa máscara”.
“Penso que isso não vai ser um problema que vá surgir na Madeira”, porque “a maioria da população toda tem cumprido” com a recomendação do uso da máscara, vincou
Mas, destacou que “a situação começa a ser bastante preocupante na Europa e mesmo no continente”, pelo que o Governo Regional vai “tomar todas as medidas no sentido de garantir a salvaguarda da saúde pública na Madeira”, argumentando que os aumentos “exponenciais” noutros países obrigam a “cuidado redobrado” neste arquipélago.
O governante insistiu que vão ser tomadas “decisões relativamente às equipas desportivas” no Conselho do Governo Regional de quinta-feira, podendo ser incluídas outras “medidas necessárias no sentido de salvaguardar a Madeira”.
No caso das deslocações dos atletas, indicou que vão ser obrigados a fazer dois testes com seis dias de interregno, cumprindo um período de resguardo.
Ainda sobre decretar o Estado de Emergência, o presidente do Governo da Madeira mencionou ser uma responsabilidade nacional, considerando que “não há nenhum problema” até porque “o pico da pandemia ainda não está concretizado a nível europeu, nem no país”
“Portanto, nós vamos ter que nos prevenir, ter muito cuidado e muito juízo, porque isto vai depender fundamentalmente do nosso comportamento, mais do que tudo o resto”, destacou, opinando que, se as pessoas “relaxarem, pensando que isso é uma brincadeira” as consequências vão acabar por ser “nefastas”.
Miguel Albuquerque considerou que na Madeira as pessoas “já estão conscientes do que se está a passar”, indicando que um dos “grandes desafios que o Sistema Nacional de Saúde tem é qual vai ser a capacidade de resposta numa situação incontrolável” dos cuidados intensivos em caso de “surto pandémico muito forte”.
“Nós aqui [Madeira] temos de resguardar também sempre a não proliferação de focos de infeção local até para termos sempre capacidade de resposta no Serviço Regional de Saúde”, concluiu.
De acordo com os últimos dados revelados segunda-feira pela autoridade regional de saúde, a Madeira reportava 19 novos casos importados de covid-19, estando em estudo outras 21 situações, totalizando 144 doentes ativos e 400 confirmados.
LUSA/HN
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