Jerónimo de Sousa juntou-se a cerca de 25 “camaradas e amigos”, como lhe chamou o animador e dirigente do PCP, responsável pela tribuna pública “Combater a Covid-19, recuperar atrasos, garantir o acesso aos cuidados de saúde”, um palco improvisado, com colunas de som, a poucos metros da entrada do centro de saúde, onde estavam utentes à espera de entrar.
É fundamental “a proposta de mais profissionais de saúde”, é “incontornável a necessidade do reforço do SNS em termos de investimento” e, “naturalmente”, procurar “dar resposta às consequências do adiamento de cirurgias, de consultas, de exames dos doentes não-covid”, disse, em declarações aos jornalistas.
Os “camaradas e amigos”, todos de máscara, mantinham alguma distância entre si, e exibiam cartazes com frases como “Mais financiamento para SNS” ou a pedir “garantir o acesso aos cuidados primários de saúde”.
Pelo microfone, passaram três deles que, à vez, foram ao microfone descrever as dificuldades com que os utentes que muitas vezes estão à porta do centro de saúde, têm de aguardar desde as 07:00 para serem atendidos, “ao frio, à chuva e ao sol”.
Debaixo de um toldo que nem sempre lá está, e que, disse um dos militantes, foi lá posto “ontem ou anteontem”.
“E hoje está a correr bem porque nós estamos aqui a protestar”, ironizou o militante João Quintas.
Depois, foi Jerónimo de Sousa a falar aos presentes da “falta de médicos e enfermeiros”, das “dificuldades na marcação de consultas, extensas filas à porta dos centros de saúde à espera de uma vaga” difícil de conseguir, problemas que já existiam e que “apenas se agravaram com a epidemia”.
O secretário-geral comunista recordou que o Governo e o PS não aprovaram um plano de emergência para a saúde, proposto pelo partido em abril, e atacou o “negócio” de entregar cuidados de saúde aos privados.
E um dos problemas é a falta de financiamento do SNS, a que os comunistas pretendem responder na discussão do Orçamento do Estado de 2021, na especialidade, até novembro, recuperando o seu plano de emergência, mas também a propor “um conjunto de investimentos fundamentais”.
“A situação que se vive no plano sanitário é preocupante. A epidemia tem vindo a crescer sem que a estrutura de saúde pública, onde faltam centenas de profissionais entre médicos, enfermeiros e outros técnicos, consiga travar o desenvolvimento da doença”, afirmou ainda.
Na quarta-feira, o PCP ajudou a viabilizar, através da abstenção, o orçamento para o próximo ano, mas Jerónimo de Sousa insistiu hoje que isso não é “um ponto de chegada” e que a votação serviu para permitir a discussão de propostas de alteração ao documento.
LUSA/HN
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