No país vivem cerca de 300 portugueses, que aguardam “tranquilos”, mas “vigilantes” o decorrer da votação de hoje, que deverá dar a vitória logo na primeira volta ao atual chefe de Estado, Alassane Ouattara.
A partir da embaixada de Portugal em Dacar, no Senegal,- que tem a jurisdição da Costa do Marfim – o governo português está a acompanhar o evoluir da situação de segurança, recomendando aos portugueses que mantenham a calma, cumpram as orientações das autoridades locais e evitem ajuntamentos populares, além de se manterem em contacto com missão diplomática.
Desde agosto, altura em que Ouattara, anunciou a sua recandidatura, vários incidentes e confrontos causaram já cerca de 30 mortes, reforçando os receios de uma escalada de violência étnica, dez anos após a crise pós-eleitoral de 2010 de que resultaram 3.000 mortos.
Desde há uma semana, estão destacados 35 mil elementos das forças de segurança para assegurar as operações das eleições presidenciais de 31 de outubro e cerca de 40 observadores da União Africana e cerca de 90 da Comissão Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) estão já no país.
Sobre o escrutínio paira a incerteza, com oposição a considerar “inconstitucional” a candidatura de Alassane Ouattara e a apelar à “desobediência civil” e ao “boicote ativo” às eleições, garantindo que a votação não realiza.
O Presidente Alassane Ouattara, 78 anos, no poder há 10 anos, concorre contra o antigo chefe de Estado Henri Konan Bédié (no cargo de 1993 a 1999), de 86 anos.
Os dois candidatos mais jovens na corrida são o ex-primeiro-ministro de Gbagbo, Pascal Affi N’Guessan, 67 anos, e o independente Kouadio Konan Bertin, 51 anos, cujas candidaturas têm, segundo os analistas, poucas possibilidades.
Apenas quatro das 44 candidaturas apresentadas foram validadas pelo Conselho Constitucional, que deixou de fora outro dos líderes históricos do país, o ex-Presidente Laurent Gbagbo, 75 anos, no poder de 2000 a 2010, recentemente absolvido pelo Tribunal Penal Internacional.
O Presidente Ouattara tinha prometido entregar o poder à “nova geração”, encarnada, segundo ele, pelo seu primeiro-ministro Amadou Gon Coulibaly, 61 anos, mas a sua morte súbita, bem como a candidatura de Bédié fizeram-no mudar de ideias e recandidatar-se.
Ausentes destas eleições presidenciais estão também dois homens que querem encarnar a próxima geração: o ex-líder rebelde e ex-primeiro-ministro Guillaume Soro, 48 anos, que viu a sua candidatura invalidada, e o ex-líder dos Jovens Patriotas, Charles Blé Goudé, da mesma idade, que preferiu posicionar-se para as próximas eleições.
LUSA/HN
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