Numa pergunta dirigida ao gabinete de Marta Temido, o deputado socialista Pedro Sousa frisa que, “não obstante o devido reconhecimento a todos os profissionais de saúde ao longo desta pandemia (…), importa saber quais as medidas a aplicar na região Norte e, especialmente, no concelho de Matosinhos, conducentes ao controlo da expansão do contágio e mitigação dos seus efeitos”.
“Os dados relativos à evolução epidemiológica no concelho de Matosinhos deverão suscitar e implicar uma informação à população, mais dedicada e à escala das freguesias? Os mapas de risco poderão ser divulgados por forma a ajudar a controlar a expansão da pandemia?” – são duas das perguntas que Pedro Sousa dirigiu à tutela, de acordo com informação enviada à agência Lusa.
O socialista também pede que seja divulgado “qual o RT [rácio de transmissibilidade] em Matosinhos e concelhos mais afetados pela pandemia no distrito do Porto” e dirige perguntas sobre a capacidade do Pedro Hispano, hospital que pertence à Unidade de Saúde Local de Matosinhos (ULSM).
“Na vigência do ‘Estado de Calamidade’, estarão previstas medidas mais restritivas específicas para o concelho de Matosinhos e limítrofes? Quais as ações pensadas para controlar e mitigar a pandemia na região Norte?” – são outras questões formuladas.
Na quarta-feira, a Câmara de Matosinhos decretou o encerramento dos estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços às 21:00, dos restaurantes às 22:00 e o reforço do policiamento a partir deste fim de semana.
Em conferência de imprensa, a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, afirmou que a adoção destas medidas “vai permitir combater esta fase mais dura”, sem que seja observada “uma rutura dos serviços de saúde”.
A autarquia anunciou também que iria propor ao Governo que decretasse o dever de permanência no domicílio, exceto em circulações autorizadas, e que implemente, até 15 de novembro, o ensino à distância para o 3.º ciclo, secundário, ensino profissional e universitário.
Entre outras situações de surtos e dificuldades reveladas ao longo da semana neste e em outros concelhos da região norte, também foi confirmado na quinta-feira que dois profissionais de saúde e quatro guardas da cadeia de Custóias, em Matosinhos, apresentaram um resultado positivo em testes para despistagem do novo coronavírus.
Mais de 24 guardas aguardavam o resultado da testagem, disse à Lusa fonte oficial.
Pedro Sousa, no documento remetido ao Ministério da Saúde, também questionou a tutela sobre esta situação, pedindo o número total de casos positivos registados no estabelecimento prisional de Custóias e solicitando que sejam reveladas quais as medidas a adotar em contexto prisional.
“Neste momento, foi assumido pela delegação de saúde pública de Matosinhos que existe transmissão da doença na comunidade, situação que, além de ser difícil de identificar, também está revestida de enorme dificuldade de controlo”, segundo Pedro Sousa.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.507 pessoas dos 141.279 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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