Alunos do secundário de Paços de Ferreira passam a ter aulas à distância

1 de Novembro 2020

Duas escolas secundárias de Paços de Ferreira, concelho do Tâmega e Sousa, região que tem vindo a registar aumento de casos covid-19, anunciaram hoje que vão passar a ter aulas à distância a partir de segunda-feira.

Através de comunicados publicados quer nas redes sociais, quer nas suas páginas oficiais na Internet, as Escola Secundárias de Paços de Ferreira e a D. António Taipa, localizada em Freamunde, alertam a comunidade escolar para a passagem “temporária” do regime presencial para o regime à distância.

“Existem muitos alunos, professores e funcionários com sintomas compatíveis com a covid-19 e em isolamento profilático, pelo que os grupos de funcionários em exercício de funções começam a acusar um desgaste acentuado que torna difícil o cumprimento do Plano de Contingência e Higienização dos espaços e equipamentos. Lembro que temos 1.507 alunos e 70 turmas. Com um cenário destes não dispomos de condições de higienização dos espaços com a regularidade necessária”, lê-se no comunicado assinado pelo diretor da Escola Secundária de Paços de Ferreira, José Valentim Teixeira de Sousa.

Também a direção da Escola Secundária D. António Taipa alerta que a partir de segunda-feira todos os alunos do secundário (regular e profissional) passam ao regime não presencial, uma medida que abrange estudantes do 10.º, 11.º e 12.º anos.

“Nos termos do número 05 da Resolução do Conselho de Ministros nº. 53-D/2020, foi dado parecer favorável da DSRN [Direção Regional de Educação do Norte] – DGEstE [Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares], à transição do regime presencial para não presencial para todos os alunos do Ensino Secundário, conforme determinação da senhora Diretora-Geral de Saúde”, refere o aviso publicado pela direção do Agrupamento D. António Taipa de Freamunde.

Já numa publicação na rede social Facebook, a direção da Secundária de Paços de Ferreira fala em “sensação de insegurança na comunidade educativa” e alerta que “os alunos (mais velhos) continuam a juntar-se à porta da escola, no espaço exterior e nas paragens de autocarro, alguns sem máscara, não mantendo distância social”.

“Essa situação acontece também durante os intervalos e na hora de almoço. Alguns partilham comida, telemóveis e outros bens de uso pessoal, nomeadamente garrafas de água, não obstante serem advertidos pelos funcionários e docentes”, acrescenta a direção da escola.

Em causa estão escolas de um dos três concelhos que está obrigado desde que estavam abrangidos pelo dever de permanência no domicílio desde dia 22 de outubro, medida que foi alargada sábado a um total de 121 municípios do país.

O número de casos ativos de infeção pelo novo coronavírus aumentou em Paços de Ferreira 41,5% numa semana [entre 19 e 26 de outubro], revelam relatórios da Direção-Geral da Saúde (DGS) publicados à segunda-feira.

No sábado o presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa afirmou serem “sensatas e as possíveis” as medidas anunciadas pelo Governo de combate à covid-19, considerando que equilibram com a necessidade de manter a atividade económica.

Gonçalo Rocha considerou, em declarações à agência Lusa, que o conjunto de medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, no final do Conselho de Ministros extraordinário, inserem-se numa necessidade de “falar claro às pessoas”.

“São medidas sensatas e as possíveis em face do aumento de casos positivos na nossa região e, sobretudo, o equilíbrio que elas demonstram no que é o combate à pandemia e a travagem do aumento progressivo de novos infetados e a atividade económica, de que não nos podemos esquecer. São medidas equilibradas, embora sempre discutíveis”, disse.

Paços de Ferreira também pertence à zona apoiada pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) que, com unidades em Penafiel e em Amarante, acolhia na sexta-feira “cerca de 180” doentes covid-19, “o correspondente a 10% dos internamentos nacionais”, de acordo com dados revelados à Lusa pela secção regional do Norte da Ordem dos Médicos.

A pandemia de covid-19 já provocou quase 1,2 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.544 em Portugal.

LUSA/HN

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