CTT recusa acusações de “desleixo” e garante cumprir regras

3 de Novembro 2020

Um representante dos trabalhadores dos CTT para a Segurança e Saúde no Trabalho (RTSST-CTT) queixou-se esta terça-feira da forma alegadamente desleixada como o operador postal lida com os casos de Covid-19, uma posição já rejeitada pela empresa.

De acordo com o membro da RTSST-CTT Samuel Vieira, “as máscaras laváveis, que seriam suposto deitarem-se ao lixo após um máximo de 40 vezes, são usadas muito mais vezes por não haver outras para as substituir”.

Samuel Vieira disse que falta uma “desinfeção eficaz” de instalações sob suspeita, através de empresas especializadas, e declarou que os trabalhadores se queixam de serem notificados tardiamente dos resultados de testes, continuando entretanto a trabalhar e eventualmente a contagiar”.

A posição do membro da RTSST-CTT, uma estrutura com sete membros, foi emitida depois de se saber, conforme afirmou Samuel Vieira, que “nos últimos dias tem sido, infelizmente, grande o número de trabalhadores infetados” no Norte.

O representante afirmou que entre esses casos se contam os de um carteiro em Marco de Canaveses (distrito do Porto), três em Guimarães (Braga) e três em Paços de Ferreira (Porto).

Fonte oficial dos CTT confirmou que os casos mencionados pela RTSST-CTT ocorreram em centros de distribuição postal na zona norte do país, “onde se têm registado mais infeções” por SARS-CoV-2.

“Naturalmente que a situação se reflete um pouco nos CTT, embora todas as infeções estejam relacionadas com contactos sociais e familiares dos trabalhadores, fora da empresa”, acrescentou.

OS CTT, assegurou a fonte oficial, “cumprem escrupulosamente todas as indicações das autoridades competentes, designadamente da Direção-Geral de Saúde, desde o início desta pandemia”, e consideram que as medidas preventivas “tomadas pela empresa, no início deste ano e revistas ao longo destes meses, têm tido alguma eficácia”.

Nos casos de funcionários infetados, os CTT garantem que aplicam protocolo estabelecido internamente para o efeito, que segue as orientações emanadas pela autoridade de saúde.

A determinação de isolamento profilático e de realização de testes, sublinha, “é da exclusiva responsabilidade da autoridade de saúde e os resultados são comunicados por essas entidades aos trabalhadores, que por sua vez comunicam aos CTT, pelo que a empresa não tem responsabilidade sobre eventuais demoras, que se desconhecem”.

Garante aInda que as instalações, onde tenham ocorrido infeções “são alvo de uma ação de nebulização/desinfeção”.

Referindo-se às máscaras, a empresa garante que tem procedido a “várias aquisições”, quer das cirúrgicas, quer das comunitárias, “sendo que estas últimas foram escolhidas de entre as certificadas pelo CITEVE [Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário]”.

A forma como os CTT lidam com a pandemia foi já alvo de troca acusações entre Samuel Vieira e o operador postal, no passado mês de abril.

Em comunicado então emitido, o CTT refutaram “veementemente” posições de Samuel Vieira, nomeadamente sobre uma alegada falta de “um plano de contingência”.

A empresa garantiu então tem levado a cabo um conjunto de medidas mitigadoras do contágio dos seus trabalhadores e disse ser “falso” que a RTSST-CTT “não tenha obtido qualquer resposta da administração, na medida em que não foi solicitada aos CTT a realização de qualquer reunião”.

Na altura, os CTT disseram, sobre os reparos de Samuel Vieira, não ser “percetível a condição em que fez tais afirmações”.

Já hoje, Samuel Vieira sublinhou que o fez enquanto membro da RTSST-CTT, para a qual foi eleito em 2019, conforme refere o Boletim do Trabalho e Emprego nº. 19, de 22 de maio daquele ano.

Portugal contabiliza pelo menos 2.544 mortos associados à Covid-19 em 144.341 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

LUSA/HN

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