“Com o aumento dos casos de coronavírus, as pessoas interrogadas revelaram-se mais ansiosas, desgostosas, e menos confiantes, felizes e relaxadas. O impacto sobre a ansiedade foi mais pronunciado”, de acordo com o estudo intitulado “O bem-estar na era da covid-19”.
Entre abril e julho os investigadores interrogaram 3.211 pessoas na maioria originárias do Reino Unido e dos Estados Unidos, para de seguida relacionarem as suas respostas com as estatísticas de casos de contaminação com o novo coronavírus.
Por milhão de habitantes, e por cada 100 novos casos, 7.200 pessoas tornaram-se ansiosas, conclui o estudo.
A solidão associada ao confinamento e as medidas de distanciamento social motivaram os efeitos mais dramáticos sobre o bem-estar durante os primeiros meses da pandemia.
Estes efeitos parecem atingir em particular os jovens, pelo facto de quase 32% das pessoas entre 18 e 24 anos terem declarado sentir-se sós, enquanto que apenas 16% dos maiores de 64 anos exprimiram o mesmo sentimento.
Sem surpresa, as pessoas desempregadas ou sem parceiro são as que se sentem mais sós, segundo os investigadores.
Por sua vez, a principal preocupação das pessoas interrogadas é a crise económica relacionada com a situação sanitária, citada por 62% dos inquiridos. O medo de perder um próximo devido ao vírus é menos frequente (43% do total), mas esta preocupação contribuiu para agravar o nível de infelicidade dos participantes neste estudo.
“Recentemente, uma parte menos importante, mas crescente da atenção, foi dirigida para as consequências da pandemia em termos de bem-estar”, sublinha o instituto no seu relatório.
Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha advertido que a pandemia provocaria um “impacto devastador” sobre a saúde mental à escala mundial.
O estudo dinamarquês também demonstra que o consumo mediático desempenha uma função no bem-estar da cada um: “As pessoas interrogadas que se informam sobre a covid-19 através de sites na rede digital e páginas ‘online’ são mais suscetíveis de estarem inquietas face às que optam por outras plataformas mediáticas”, como os jornais tradicionais, notam os investigadores.
O instituto apela aos jornalistas, políticos e público a “terem estas dinâmicas em mente nos próximos meses durante a criação, promoção e consumo dos media de informação”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.021 pessoas dos 187.237 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
LUSA/HN
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