O alerta é lançado pela ONG a propósito do Dia Mundial de Combate à Sida.
“Em Moçambique, cerca de 2,2 milhões de pessoas vivem com HIV e estima-se que 398 novas infeções ocorram diariamente”, refere a AHF, “mas nem todas as pessoas que têm o vírus conhecem o seu seroestado”.
Segundo um relatório do Ministério da Saúde (Misau) moçambicano relativo a 2019, 73% das pessoas com HIV tinham sido diagnosticadas, 59% destas estavam em tratamento, mas só 32% atingiram a supressão viral.
Os valores colocam Moçambique longe do objetivo global de atingir as percentagens 90-90-90 em cada um daqueles patamares.
“Estes números levam-nos a uma reflexão inevitável de que, apesar dos avanços alcançados na resposta ao HIV no país, ainda temos muito que fazer”, destaca a AHF.
Boa parte do trabalho deve ser dirigido “para a não discriminação e estigmatização, pois se as pessoas recearem os seus familiares e demais conhecidos, podem não aderir aos testes de HIV e ao tratamento específico, que determina a supressão viral”, disse Catarina Regina, diretora da AHF em Moçambique.
“Paradoxalmente, o uso do preservativo no país ainda é baixo, principalmente nos grupos com comportamentos de risco, mesmo com todos os avanços e descobertas em relação ao HIV”, acrescentou.
A resposta global à Sida “ainda é insuficiente a cada ano” e “essa lacuna provavelmente aumentará ainda mais com a pandemia da covid-19”.
“Embora a covid-19 tenha devastado comunidades em todo o mundo e permanecido no centro das atenções desde o ano passado, o mundo deve continuar a lutar para proteger os ganhos alcançados contra o HIV e sida – uma pandemia com mais de 30 anos e que continua a ser uma crise de saúde pública global”, sublinhou a AHF.
LUSA/HN
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