“Acredito que estaremos em linha com o tempo que o Governo nacional definiu para a vacinação dos grupos de risco e estaremos preparados no início de janeiro para fazer isso”, avançou Gustavo Tato Borges, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Segundo o responsável pelo combate à pandemia nos Açores, a região vai receber “cerca de 20 mil doses da vacina da Pfizer”, que deverão “chegar exatamente no dia 3 de janeiro”.
“A partir daí é uma questão de a operacionalização estar pronta. E estamos a trabalhar com a Proteção Civil nesse sentido, de maneira a que o mais rapidamente possível estas 20 mil doses cheguem a uma parte dos grupos prioritários definidos para a primeira fase”, apontou.
Gustavo Tato Borges disse que os Açores têm capacidade para armazenar a vacina da Pfizer, que exige uma conservação a 70 graus negativos, mas ressalvou que o número disponibilizado no primeiro lote não será suficiente para vacinar “os grupos prioritários definidos na primeira fase”.
“Estas vacinas vão dar para vacinar 10 mil pessoas. Só em termos de profissionais de saúde temos à volta de seis, sete mil pessoas. Apenas uma parte da população irá ser vacinada já no início de janeiro”, referiu.
A Comissão de Acompanhamento da Luta contra a Pandemia nos Açores terá, por isso, de “definir quais serão as prioridades para começar a vacinação” até ao início de janeiro.
“Esse é o trabalho que o grupo técnico também está a desenvolver de maneira a podermos aferir como é que as vamos distribuir e o objetivo será distribuí-las de uma forma mais equitativa possível pelas ilhas, de maneira a que as pessoas que realmente necessitem delas comecem a ser vacinadas. Vamos definir essa estratégia dentro dos próximos dias e semanas, para que em janeiro as coisas estejam prontas para serem implementadas”, apontou Gustavo Tato Borges.
Segundo o médico especialista em saúde pública, a comissão está “em conversação com o grupo técnico que está a tomar conta da operação do programa de vacinação covid”, mas ainda não sabe quando chegarão mais vacinas à região.
“O próprio Governo [central] também ainda não sabe quando é que vai receber a primeira tranche da segunda fase. Assim que todo o processo de planeamento seja feito a nível nacional também vamos ter noção de quantas vão chegando. Temos capacidade para armazenar mais do que estas 20 mil doses”, sublinhou.
Gustavo Tato Borges disse, por outro lado, que a Linha Saúde Açores foi reforçada, mas apelou à população para que a utilize apenas em caso de sintomas.
“Havia de facto uma falta de pessoal. Conseguimos já alocar mais dois ou quatro enfermeiros à linha, permitindo aumentar a capacidade de resposta. Claro que a linha tem uma capacidade limitada. As pessoas devem começar a utilizar a linha de uma forma um bocadinho mais organizada”, salientou.
Segundo o médico especialista em saúde pública, a Linha Saúde Açores “serve maioritariamente para ajudar pessoas que têm sintomas a serem encaminhadas para o sítio correto”, por isso, os outros casos devem aguardar pelo contacto da delegação de saúde ou recorrer à linha de esclarecimento não médico.
“Pessoas identificadas como casos positivos e que vão ser contactadas pelo delegado de saúde concelhio para dar o nome dos contactos próximos não devem utilizar a linha para esse efeito. Devem aguardar de maneira a não sobrecarregarem a linha”, apontou.
“Pessoas que são contacto de alto risco devem aguardar dois, três dias, no máximo, até poderem ser contactadas pela delegação de saúde e se não forem contactadas, então, aí sim, telefonar para a Linha Saúde Açores”, acrescentou.
Os Açores têm atualmente 411 casos positivos ativos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a doença covid-19, dos quais 301 em São Miguel, 108 na Terceira, um no Pico e um no Faial.
Desde o início do surto já foram registados 1.387 casos na região, tendo ocorrido 21 óbitos e 871 recuperações.
LUSA/HN
0 Comments