BID atribui 820 milhões de euros para vacinação na América Latina

17 de Dezembro 2020

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou esta quinta-feira que vai atribuir mil milhões de dólares (820 milhões de euros) aos países da América Latina e das Caraíbas para adquirirem e distribuírem vacinas contra o novo coronavírus.

“Lançámos um novo programa no qual reprogramámos mil milhões de euros para garantir o acesso imediato de todos os países da América Latina e das Caraíbas não só à compra [de vacinas], mas também às infra-estruturas de distribuição e armazenamento necessárias”, disse hoje o presidente do BID, Mauricio Claver-Carone, em entrevista à agência EFE.

O dirigente realçou que a medida pretende garantir uma “aplicação equitativa e justa” das vacinas, através do acesso das “populações mais vulneráveis” à pandemia de Covid-19.

O responsável explicou ainda que o organismo sediado em Washington, capital dos Estados Unidos, assegurou esses mil milhões através da redistribuição de fundos que estavam destinados a outros programas, numa “tarefa árdua”, levada a cabo pelo vice-presidente do BID e ex-ministro das Finanças do Equador, Richard Martínez.

“Temos que ser ousados e criativos para garantir que as necessidades da região sejam satisfeitas”, disse Claver-Carone.

No âmbito desta operação, o BID conversou com os 26 países que lhe estão associados para verificar quais as suas necessidades no processo de compra e de distribuição da vacina.

O presidente do BID revelou que o organismo tem trabalhado mais de perto com seis países – Belize, Bahamas, El Salvador, Equador, Nicarágua e República Dominicana -, que disseram precisar de ajuda “imediata” face aos efeitos da pandemia.

O financiamento do BID vai ajudar os países a obterem doses através do programa da Organização Mundial da Saúde, Covax, que procura garantir a vacinação em todos os países em desenvolvimento.

A verba, disse ainda Claver-Carone, pretende ainda ajudar Governos a fazerem acordos com várias empresas farmacêuticas para obterem as vacinas e a financiarem os custos operacionais da distribuição.

O financiamento anunciado pelo BID junta-se aos 1.200 milhões de dólares (984 milhões de euros) previamente disponibilizados em 2020 e a fundos previstos para 2021, que tencionam apoiar os planos para a saúde pública na região, com o aumento do número de testes ao novo coronavírus e a melhoria do tratamento dos pacientes infetados.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.636.687 mortos resultantes de mais de 73,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (303.867) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 16,7 milhões).

Seguem-se, em número de mortos, o Brasil (183.735 mortos, mais de 7 milhões de casos), a Índia (143.709 mortos, mais de 9,9 milhões de infetados), o México (115.099 mortos, mais de 1,2 milhões infetados) e a Itália (66.537 mortos, mais de 1,8 milhões de casos).

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

João Paulo Magalhães: É preciso investir na Prevenção, Organização e Valorização dos Médicos de Saúde Pública

João Paulo Magalhães, Vice-Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, defende para o próximo Governo três prioridades essenciais para a Saúde Pública: reforço da promoção da saúde e prevenção da doença, modernização e clarificação da organização dos serviços de Saúde Pública, e valorização das condições de trabalho e carreira dos médicos de Saúde Pública

AICEP aprovou investimentos de 300 ME em quatro empresas

A Agência para o Comércio Externo de Portugal (AICEP) aprovou um pacote de investimento de mais de 300 milhões de euros, em quatro empresas, criando mais de 1.200 postos de trabalho, adiantou hoje o Governo.

Evoluir o SNS: Reflexão de Luís Filipe Pereira sobre o Futuro da Saúde em Portugal

Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, analisa os desafios estruturais do SNS, destacando a ineficiência do Estado nas funções de prestador, financiador e empregador. Defende a transição para um Sistema de Saúde que integre prestadores públicos, privados e sociais, promovendo eficiência e liberdade de escolha para os utentes.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights