China vai vacinar 50 milhões de pessoas até 12 de fevereiro do próximo ano

18 de Dezembro 2020

A China vai vacinar 50 milhões de pessoas, de grupos profissionais específicos, até 12 de fevereiro do próximo ano, para prevenir novos surtos durante as celebrações do Ano Novo Lunar, a maior migração interna do planeta.

Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, profissionais de saúde e membros da polícia vão ser os primeiros a beneficiar desta campanha maciça de vacinação.

Cinquenta milhões de pessoas é quase cinco vezes a população de Portugal, mas representa apenas 3,5% do total da população da China, o país mais populoso do mundo.

Na quarta-feira, os funcionários dos centros de controlo e prevenção de doenças de toda a China foram convocados para um encontro virtual, destinado a preparar a campanha de distribuição de 100 milhões de doses das vacinas das farmacêuticas chinesas Sinovac e Sinopharm.

A vacinação divide-se em duas doses, adiantou o South China Morning Post (SCMP).

A campanha deverá começar em breve, mas a data específica pode variar, dependendo das províncias do país, embora as primeiras 50 milhões de doses devam estar prontas em 15 de janeiro e a segundas em 05 de fevereiro.

A campanha visa reduzir o risco de novos surtos na China, antes do feriado do Ano Novo Lunar, que este ano se comemora entre 11 e 17 de fevereiro.

Trata-se da principal festa das famílias chinesas, equivalente ao Natal nos países ocidentais. Milhões de chineses regressam à terra natal para festejar a passagem do ano lunar.

A data ocorre em meados do inverno, pelo que representa um risco acrescido para a contenção da pandemia, praticamente sob controlo na China, apesar da ocorrência pontual de pequenos surtos.

O Governo chinês decidiu em 23 de janeiro deste ano, dois dias antes do Ano Novo Lunar, colocar a cidade de Wuhan, no centro do país, sob uma quarentena de facto, para evitar a disseminação do novo coronavírus.

Os primeiros casos de Covid-19 foram detetados em Wuhan no final de 2019.

Na reunião de quarta-feira, os técnicos de saúde chineses receberam instruções sobre armazenamento, transporte e registo, além de como identificar e tratar os sintomas adversos durante a inoculação.

Entre os grupos prioritários para a vacinação estão também bombeiros, agentes alfandegários e de controlo das fronteiras ou trabalhadores do setor da logística e dos transportes.

A vacinação para a população chinesa em geral não deve começar antes do Ano Novo Lunar, de acordo com o SCMP.

A China somou, no total, 86.789 infetados desde o início da pandemia. O país conta atualmente com 304 casos ativos, incluindo oito doentes em estado grave.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.649.927 mortos resultantes de mais de 74,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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