A iniciativa é da multinacional portuguesa Medika, que, com a distribuição de cinco mil embalagens de 50 máscaras cada, pretende ajudar a evitar riscos de contágio por Covid-19 numa época de particular convívio social como o Natal.
“Isto é uma forma de agradecermos à comunidade pelo apoio e carinho que nos deu na primeira fase da pandemia, e fazemo-lo sobretudo a pensar num Natal mais seguro, porque o que verificamos é que as pessoas estão a perder o medo à Covid-19 e ainda é muito cedo para isso. Se a população não mantiver cuidados rigorosos, vamos ter um mês de janeiro muito trágico e ninguém quer isso”, declara à Lusa o diretor da empresa, Nuno Andrade.
Se inicialmente a Medika comercializava apenas “equipamento de saúde mais pesado”, a pandemia veio, entretanto, exigir do grupo – que também detém empresas na Guiné, Serra Leoa e Angola – uma adaptação às necessidades do setor, pelo que passou a disponibilizar-lhe igualmente equipamentos de proteção individual.
“Isso fez-nos multiplicar a nossa faturação 50 vezes. Em Portugal, passámos de um milhão de euros em 2019 para uma faturação que, no final deste ano, será na ordem dos 50 milhões”, realça o empresário.
Embora em diferente escala, as empresas que o grupo detém no estrangeiro registaram idêntico crescimento: a Guiné “estava em crise devido às eleições presidenciais, mas mesmo assim multiplicou a sua faturação por 10 e vai chegar ao fim do ano com um milhão de euros”; na Serra Leoa a empresa só iniciou a sua operação em 2020, “mas também vai fechar com 800 mil euros”; e em Angola os negócios cresceram “10 vezes mais”, para contabilizarem sete milhões em 12 meses.
Para os resultados da Medika portuguesa, em concreto, contribuíram sobretudo as exportações, tendo em conta que 90% da oferta da empresa é encaminhada para mercados externos e que, nesse cenário, a Áustria ocupa agora posição predominante.
“Ganhámos um concurso público internacional lançado pelo governo da Áustria e agora somos nós a fornecer 90% de todos os equipamentos de proteção individual usados nas organizações estatais desse país”, revela Nuno Andrade, acrescentando que, para esse destino tem já “encomendas acima de 50 milhões de euros para satisfazer em 2021”.
É devido a esse desempenho que, em parceria com o hotel Douro Suites e o restaurante Praceta, a Medika financia agora as cinco mil caixas de máscaras que tem para oferecer este sábado de manhã “a qualquer pessoa que aparecer a pedi-las” nas suas instalações.
A empresa já fez outros donativos de equipamento médico na primeira vaga de disseminação do vírus SARS-CoV-2, mas agora aposta em proteções de uso pessoal porque “as máscaras são essenciais para a segurança dos cidadãos e este Natal têm mesmo que ser obrigatórias ou vai correr tudo muito mal”.
O novo coronavírus responsável pela presente pandemia de Covid-19 foi detetado na China em dezembro de 2019 e já provocou a morte a mais de 1,6 milhões de pessoas em todo o mundo, infetando mais de 74,1 milhões.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 se registaram a 02 de março, o mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde indicava esta quinta-feira 5.902 óbitos entre 362.616 infeções já confirmadas.
O país está sob estado de emergência até 07 de janeiro, sendo que nos concelhos com risco de contágio mais elevado há horários específicos de recolhimento obrigatório e outras restrições legais à mobilidade e à aglomeração social.
LUSA/HN
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