Surto no lar de Alcáçovas causa segunda morte e mais três infetados

27 de Dezembro 2020

Uma idosa que se encontrava internada no Hospital do Espírito Santo, em Évora, é a segunda vítima mortal do surto de covid-19 no lar da Santa Casa da Misericórdia de Alcáçovas, informou hoje o provedor, João Penetra.

Os serviços da instituição, no concelho de Viana do Alentejo, detetaram ainda mais três utentes infetados, número que eleva para 50 o total de utentes com infeção ativa pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, num surto que já registou 73 casos positivos, dos quais 21 são funcionários.

Todos os utentes e funcionários que há uma semana tiveram resultados negativos vão ser novamente testados na segunda-feira pela Autoridade de Saúde, disse à Lusa João Penetra, admitindo que os novos testes possam vir a revelar mais alguns casos.

Ainda assim, não se coloca, neste momento, a hipótese de transferir utentes para outros locais, uma vez que as instalações do lar foram certificadas na semana passada por uma equipa da Saúde Pública e do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central.

“Temos vários edifícios e as pessoas estão separadas por edifícios com e sem covid-19 para evitar que o contágio seja maior. Todas as medidas de segurança foram verificadas, assim como os circuitos de circulação para certificar que não se cruzam, e foi dada luz verde para que todos os utentes permanecessem nas instalações”, explicou o provedor.

Neste momento, encontram-se 48 utentes diagnosticados com covid-19 nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Alcáçovas e dois no Hospital do Espírito Santo, em Évora.

Entre os funcionários há a registar 20 casos de infeção, um dos quais já está dado como curado, mas estão 34 colaboradores ausentes do serviço: 21 em quarentena, nove em isolamento profilático e quatro de baixa médica por outras doenças que não a covid-19.

Segundo a última atualização publicada pela Misericórdia, os recursos humanos da instituição foram, entretanto, reforçados com 24 operacionais, entre 20 trabalhadores de duas empresas privadas e quatro elementos das brigadas de intervenção rápida da Cruz Vermelha Portuguesa e Segurança Social.

“Mesmo havendo uma diferença de 10 elementos, já é uma melhoria substancial”, assinala o comunicado assinado pelo provedor, que adverte ainda que “por razões de proteção de dados” não são publicados os nomes de nenhum falecido ou infetado.

A comunicação lembra ainda que desde abril as instalações da Santa Casa da Misericórdia de Alcáçovas são desinfetadas “de 30 em 30 dias” por uma empresa especializada e que o mesmo foi feito “no início da semana passada” com recurso aos Bombeiros Voluntários de Viana do Alentejo.

Devido ao surto, a Misericórdia de Alcáçovas encerrou os serviços destinados à infância, que incluem uma creche, centro de atividades de tempos livres e oficina das artes.

De acordo com João Penetra, este surto terá tido origem num enfermeiro prestador de serviços no lar e que ficou infetado, tendo os testes a utentes e funcionários sido realizados no dia 07 de dezembro, após o que foram detetados os primeiros casos.

LUSA/HN

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