“É uma situação complicadíssima e eventualmente haverá necessidade de reforçar os meios humanos, mas nos dias com mais gente nós podemos ter no máximo 600 pessoas no Consulado. Não podemos ir contra isto, porque senão estamos a ir contra as regras sanitárias”, afirmou o cônsul-geral de Paris, Carlos Oliveira, em entrevista à Agência Lusa.
Segundo o diplomata, mesmo um reforço de funcionários não garante um atendimento mais rápido.
“Estamos num dilema, enquanto a situação da covid não for ultrapassada, não nos interessa ter aqui 100 funcionários para receber 10 mil pessoas”, acrescentou.
Os atrasos nos atendimentos e marcações devido aos sucessivos confinamentos não foram as únicas consequências da pandemia.
Chegado à capital francesa no primeiro confinamento, Carlos Oliveira tomou a decisão de fazer um desdobramento das equipas de funcionários consulares o que tem permitido continuar a atender público apesar de já ter havido casos de covid-19.
“Tivemos aqui casos de covid e, sem desdobramento, teríamos fechado. Houve aqui muitas perturbações que não passaram para fora e que afetaram os serviços”, disse o cônsul, referindo que tem havido “uma enorme entrega” por parte dos funcionários consulares.
O consulado recebe diariamente uma centena de pedidos urgentes da comunidade aos quais tenta dar resposta.
“Nós criámos um sistema de urgência que se mantém. As pessoas dirigem-se a nós e passámos a ter respostas padrão. As urgências são filtradas dessa maneira e nós tratamos delas”, explicou o cônsul.
No entanto, e devido às restrições sanitárias, o diplomata ainda não vê fim aos longos períodos de espera para obter documentos portugueses e outros serviços consulares.
“Se isto se mantiver, não há milagres e não é agora que vamos conseguir encurtar o prazo”, concluiu.
LUSA/HN
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