Estudo considera que minorias devem ser consideradas “extremamente vulneráveis”

15 de Janeiro 2021

Investigadores britânicos consideram que as minorias étnicas devem ser consideradas "extremamente vulneráveis" à Covid-19, o que lhes poderia permitir acesso antecipado às vacinas.

Esta é uma das sugestões publicadas no jornal médico The BMJ. Os autores desta análise referem que o “racismo sistémico” é uma das causas de maior mortalidade por coronavírus entre as comunidades de minorias étnicas.

As pessoas dessas minorias tiveram duas vezes mais probabilidade de morrer de Dovid-19 no Reino Unido do que a população branca durante a primeira vaga da pandemia, de acordo com os investigadores de instituições como a Universidade de Londres, Universidade de Harvard, Universidade de Manchester e o Imperial College London.

Com base nestes dados “creio que é, clinicamente e do ponto de vista da saúde pública, justificado dar prioridade a estas pessoas para mitigar o seu risco de mortalidade por Covid-19”, afirmou Mohammad Razai, um dos autores, em declarações à Associated Press.

“Ao serem colocados numa categoria de extrema vulnerabilidade, isso terá consequências, incluindo na vacinação”, adiantou.

As pessoas destes grupos minoritários têm maior probabilidade de viver em zonas pobres. A isso acresce um aumento de doenças crónicas e uma maior possibilidade de terem empregos de alto risco que não podem ser feitos a partir de casa, o que levou a maiores taxas de infeção, hospitalização e admissão em unidades de cuidados intensivos, refere o estudo.

O estudo recomenda também que as autoridades desenvolvam programas de prevenção da Covid-19 para estes grupos e acelere programas para prevenir doenças como a hipertensão e a diabetes, que afetam mais as comunidades minoritárias e estão associadas a formas mais graves de infeção por coronavírus.

LUSA/HN

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